A Agenda Tecnológica Setorial de Automotivo (ATS Automotivo) elegeu no último dia 20, durante encontro em Brasília, alguns temas relevantes que devem pautar a indústria automotiva nos próximos 15 anos.
Entre os grandes temas eleitos figuram subsistemas, geradores e acumuladores de energia, motor tração, sistemas de controle de potência, sistemas auxiliares e infraestrutura para veículos elétricos híbridos plug-in.
“Com a lista em mãos, pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) farão uma consulta estruturada ao setor para classificar, dentre essas tecnologias, aquelas com potencial de difusão em média e alta escala nos próximos cinco anos, e em alta escala nos próximos 15 anos, no Brasil”, destaca informe de mercado da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Desafios
Na visão do pesquisador da Unicamp, Fernando Satri, o esforço inovativo do setor, embora seja maior do que a média da indústria, está muito abaixo do que é realizado em outros países.
“A participação do setor automotivo no gasto em pesquisa e desenvolvimento da indústria brasileira é de 16%. Porém, se analisarmos só o setor de autopeças, a situação é mais crítica (3,8%). Apenas um terço do que as empresas de autopeças investem em pesquisa e desenvolvimento vai, de fato, para novas tecnologias. Nas montadoras, essa fatia é de 50%”, afirma Satri. No exterior, esses números são superiores nos dois grupos.
Satri destaca ainda que a estrutura global do setor vem mudando. “Houve um deslocamento da produção para países emergentes, principalmente a China, que saltou de 2 milhões de carros produzidos em 2000 para 20 milhões em 2012”, diz em nota distribuída pela ABDI.
De acordo com o estudo, um forte diferencial brasileiro para concorrer nesse mercado é, além da forte demanda, a tecnologia biocombustível. Outro ponto-chave é a capacidade do setor de autopeças de agregar valor ao produto. Para Satri esse é um potencial superior ao das montadoras e precisa ser melhor aproveitado no Brasil.
Além de ABDI, CGEE, USP, Unicamp e UFRJ, participam da construção da ATS Automotivo os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e empresas como Toyota, Mitsubishi, Renault, Nissan, Ford, Fiat, WEG e Itaipu Binacional.