*Reinaldo Sarquez
Há tempos o nosso mundo vem sofrendo com as ações do ser humano. Por sermos essencialmente conquistadores, extraímos as reservas de energia do planeta sem muito pensar nas consequências desses atos.
O alto preço pago pela extração desenfreada das reservas naturais do nosso planeta já foi incondicionalmente aceito em troca de conforto imediato. Pouca ou nenhuma compensação era alvo de estudo da sociedade, o que tornava a viabilidade e a subsistência humana uma incógnita.
Felizmente governos e sociedades perceberam a gravidade da situação e os riscos iminentes em continuar com essa insensatez e decidiram caminhar juntos para reverter o ameaçador quadro atual, por meio de ações efetivas para garantir a sustentabilidade dessa maravilha que chamamos Terra.
Na ultima década vimos o crescimento exponencial de esforços e medidas para adequar a balança entre a demanda da humanidade e a oferta de recursos, de modo a aperfeiçoá-los.
Como não poderia deixar de ser, a engenharia nacional também vem atuando nessa empreitada de forma expressiva e contínua, criando propostas inovadoras e soluções tecnológicas com alto nível de qualidade. Tais soluções tecnológicas da engenharia nacional atingiram tamanho grau de maturidade que hoje são reconhecidas dentro e fora de nossas fronteiras.
Apesar dos avanços, a dinâmica dos fatos e a relevância do tema pedem sempre mais soluções tecnológicas novas para problemas novos. No caso do transporte, a recente e oportuna regulamentação da jornada de trabalho de motoristas profissionais vem gerando impactos significativos à atividade, inferindo custos adicionais às empresas e comprometendo a logística no segmento com inconvenientes para toda a sociedade, acarretados pela elevação do custo de transporte.
Com o objetivo de minimizar esses efeitos e também garantir melhores condições de operabilidade aos motoristas, a indústria introduz inovações tecnológicas nos veículos, aplicando, por exemplo, a telemática no auxílio à logística e informação, entre outras tecnologias aliadas ao trem de força e sistemas de frenagem auxiliar.
Entretanto, o desafio do próximo passo requer mais. Por essa razão resolvemos trazer o tema ao debate no Congresso SAE BRASIL deste ano com foco no segmento de transporte pesado, e convidamos especialistas, gente que entende e lida com o assunto no âmbito da engenharia automotiva para mostrar seus projetos e discutir alternativas.
Também farão parte da mesa empresas de transporte usuárias das tecnologias, que vão contar suas experiências no “campo”.
Serão dois painéis específicos no segmento de veículos pesados, com foco nas soluções em tecnologias aplicadas e a vivência de quem opera no sistema de transporte. Um olhar apurado no presente para projetar o próximo passo.
*Reinaldo Sarquez é diretor do comitê Caminhões e Ônibus do Congresso SAE BRASIL e supervisor de Homologação e Regulamentação de Powertrain & Veículos da Navistar South America