Por Agostinho Celso Pascalicchio*
As projeções do Fundo Monetário Internacional para a economia mundial no período compreendido entre 2018 e 2022 são positivas.
O órgão estima que o crescimento médio do produto para os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), que compreende os países mais ricos do mundo, situa-se em torno de 2%.
Alguns receios podem ser citados no sentido de comprometer este crescimento projetado, como um eventual aumento das desigualdades sociais entre estes países. São 35 países.
Este processo precisaria ser muito intenso de forma a afetar fortemente- e negativamente- o atual ambiente geopolítico destas nações e, portanto, causar uma falta de cooperação entre eles, principalmente no ambiente comercial e financeiro.
Esta possibilidade, até o momento, é muito baixa. O ambiente internacional continuará favorável ao Brasil e também a outros países emergentes. O cenário internacional continuará adequado ao país, como esteve nos últimos anos.
Entretanto, a recuperação do crescimento brasileiro não está ocorrendo em todos os setores ou segmentos econômicos do país.
Atualmente a expectativa é de que a recuperação seja puxada principalmente pelos dispêndios no consumo da sociedade.
Os investimentos na diversificação da matriz industrial, principalmente no setor de bens de capital e de bens intermediários continuam baixos.
O volume de exportação destes setores é baixo. A geração de emprego nestes segmentos também segue baixo. Não existe um programa de crescimento econômico estabelecido para todos os setores econômicos.
Os setores de produção para bens de consumo estão possuindo uma maior velocidade de crescimento do que os demais.
O crescimento em outros setores, igualmente significativos e estratégicos, como o da indústria de bens de capital, são fundamentais para reduzir o desemprego futuro e garantir o crescimento.
O país não está definindo e nem construindo uma matriz adequada de interdependência entre os setores. O crescimento econômico até 2022 carrega as incertezas da falta de um planejamento que estimule a iniciativa privada e o empreendedorismo social.
Será que este será o programa que o país deverá aguardar dos candidatos à Presidência da República?
Sem um crescimento nos investimentos ou na formação bruta do capital fixo destinado a todos os segmentos econômicos da sociedade, fica difícil considerar um crescimento acima de 4% ao ano. Esta taxa é obrigatória para atender as necessidades futuras da população brasileira.
Agostinho Celso Pascalicchio, é professor de energia elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie.