Por Edésio de Campos Horbylon Neto*
De acordo com um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), ao longo de 2013 o trafego de veículos foi responsável por gerar um prejuízo superior a R$ 98 bilhões no Brasil, o equivalente a 2% da produção total do país.
Segundo estimativas da FIRJAN, somente no ano passado, a capital paulista perdeu cerca de R$ 69,4 bilhões em função de problemas com trânsito e transporte de cargas, o que atingiu 7,8% de todo o PIB metropolitano. No caso do Rio de Janeiro, a queda acumulada foi de R$ 29 bilhões no ano, ou seja, 8,2% do PIB da metrópole.
O desafio constante é encontrar meios que minimizem as possíveis perdas ocasionadas pelo trânsito e esse é um trabalho feito, principalmente, pelos gestores de frotas e empresas do setor de logística e transporte.
Fato é que a maioria da sociedade depende do trânsito, direta ou indiretamente, tanto quem possui empregos relacionados com veículos, quanto as pessoas que necessitam das frotas para entregas de materiais. Então, pode-se afirmar que a gestão de frotas é extremamente importante para a eficácia do transporte nacional.
Fazendo uma análise do trânsito e do tráfego no Brasil, sob uma perspectiva geral nas diversas cidades e rodovias do país, nota-se que é cada vez mais frequente a oferta e o uso de recursos específicos para que as transportadoras não sofram com custos desnecessários e evitem possíveis perdas nas cargas transportadas.
Para a Associação de Gestão de Despesas de Veículos (AGEV), a administração eficaz da logística de transportes permite uma redução de até 40% dos custos envolvidos, o que incide em uma média de 20% nos gastos, principalmente com combustíveis e manutenção. Atualmente, a maioria das empresas no país está sujeita ao trabalho das frotas para entrega de produtos ou mesmo execução de serviços.
Considerando que a maior parte do transporte nacional é feita por meio das rodovias, que é um dos sistemas de transporte mais caros no que diz respeito à manutenção, sem contar as despesas com pedágios e operações de custos e logística, é totalmente pertinente que haja uma discussão, em nível nacional, sobre os métodos para minimizar as perdas existentes com o transporte de cargas. Esse debate vai além e também tem o objetivo de aperfeiçoar a comercialização e distribuição da mercadoria pelo país, a fim de diminuir os prejuízos no setor.
Uma curiosidade é que existem também soluções inteligentes para o monitoramento não só do veículo, mas também do motorista ao volante, como é o caso do Desempenho, da 3T Systems.
Este recurso informa ao gestor da frota a real performance do motorista, não sendo necessárias instalações complexas e nem altos custos com sensores. Isso, pois a análise é feita utilizando somente o hardware principal da 3T Systems, instalado no veículo.
Com a utilização dessa solução, são geradas, por exemplo, relatórios estatísticos com informações de (velocidade, frenagens, acelerações e curvas). Esse controle permite programar melhores práticas de condução e tem o intuito de reduzir acidentes e principalmente, excedentes com custos operacionais na logística do transporte de cargas. Nesse sentido, os gestores podem gerir suas despesas veiculares, inclusive controlando o tipo de combustível consumido e o desempenho de cada veículo ou motorista.
Os gestores e empresas do segmento precisam ficar atentos às possíveis perdas e como otimizar os recursos de acordo com a situação do trânsito. Isso porque o crescimento da frota de veículos leves vai superar o da população nacional, que deve passar os 200 milhões para 225 milhões em 2050.
Segundo uma projeção do Estudo Cenário Econômico divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 36 anos, a frota de veículos no Brasil atingirá 130 milhões de unidades na categoria leve. Esse dado equivale ao triplo da quantidade de veículos que circulam atualmente no país. A expectativa é que, em pouco mais de duas décadas, a média seja de 1,7 brasileiros por veículo. A título de curiosidade, em 2011 essa média era 5,7.
*Edésio de Campos Horbylon Neto é diretor superintendente da 3T Systems, do Grupo José Alves. Graduado em Direito pela Faculdade Anhanguera de Ciências Humanas, possui especialização MBA em Estratégias de Gestão em Marketing pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O executivo acumula passagem na Autotrac, Texaco do Brasil e Xerox do Brasil.