Por Leonardo Macarrão Jr*
A chegada das novas montadoras e suas fábricas ao mercado brasileiro ocasionou uma disputa por parte de diversas prefeituras em parceria com seus governos estaduais, que com seus incentivos fiscais e outros benefícios, conseguiram atrair esses novos players a diversos locais, espalhados pelo território brasileiro.
As montadoras, por sua vez, aceitaram o desafio de sair dos grandes centros urbanos e industriais, como o ABC paulista. Com isso, a questão do transporte de componentes tomou uma nova dimensão com o aumento da distância para levar as peças até a linha de montagem e os veículos montados aos pontos de venda a todos os estados brasileiros.
Esse problema nem sempre é imaginado pelos que estão fora do negócio. Além das dificuldades relacionadas ao prazo de entrega, estão as relacionadas ao custo do componente, que precisa ser transportado do seu ponto de origem de fabricação pelos fornecedores até o ponto de montagem pela montadora. O custo do transporte, como combustível e pedágio, entre outros, deve ser agregado ao produto.
Parte desses fornecedores minimizou estas dificuldades instalando suas fábricas de componentes próximas às montadoras clientes. Porém, nem sempre isso é viável ou possível, devido a uma série de diferentes atividades como volume produzido, diversificação da localização das montadoras clientes ou mesmo o transporte da matéria prima para a referida fabricação de componentes.
Ou seja, a questão não pode ser totalmente equacionada desta maneira. Coube então aos próprios fornecedores e às montadoras ampliar a parceria na solução dessas questões. Em muitos casos, as empresas de transporte entraram nesta parceria.
As montadoras, por diversas razões, reduziram seus estoques e a utilização do Just in time não pode ser inviabilizada pelo transporte. Sem uma solução adequada, todos os envolvidos deixam de ser competitivos e começam a perder espaço no mercado. Assim, algumas soluções inteligentes começaram a surgir.
A conexão eletrônica entre o fabricante e o fornecedor começou a acontecer. Com isso a necessidade de componentes passou a ser imediatamente detectada reduzindo o tempo de reação.
As parcerias colaborativas também agilizam o processo e reduzem o seu custo. Mas como isso é viável? Para responder como essas questões foram solucionadas, profissionais das montadoras e de transporte foram convidados para o debate no primeiro Painel de Logística do Congresso SAE, no próximo dia 8 de outubro.
*Leonardo Macarrão Jr. dirige o Comitê de Manufatura, Qualidade e Logística do Congresso SAE Brasil 2013