Por Sergio Kina, gerente técnico do IQA.
Muitas empresas podem perder a sua capacidade de fornecimento aos mercados em função do não atendimento ao prazo de transição para a norma IATF 16949:2016, que se esgota em 14 de setembro.
O alerta é do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), baseado em dados oficiais, recentemente divulgados pela International Automotive Task Force (IATF), sobre o atual status mundial de transição para a nova versão da norma.
“O processo de transição da ISO/TS 16949 para a norma IATF 16949 é bastante complexo – e exige tanto das empresas, quanto dos auditores. A preocupação da IATF é que boa parcela das organizações não consiga realizar o processo de transição dentro do prazo porque muitas ainda não iniciaram o processo. Faltam apenas cinco meses para o fim do prazo”, alerta Sergio Kina, gerente técnico do IQA.
Conforme dados da organização internacional, atualizados até 31 de janeiro de 2018, existem cerca de 68 mil empresas distribuídas no mundo, com certificados ISO/TS 16949 ou IATF 16949, do total 1.182 são brasileiras.
Do contingente global, em torno de 25% das empresas realizaram a auditoria de transição. Entre os fornecedores que abastecem diretamente as montadoras (Tier 1), este número chega a cerca de 35% das empresas.
Embora não haja número definido pela IATF como meta de não conformidades por auditoria, os resultados mais recentes indicam que os auditores dos organismos de certificação estão encontrando mais problemas em comparação com auditorias de anos anteriores.
Também houve um aumento significativo no número de não conformidades maiores, que são aquelas que têm impacto direto na satisfação do cliente ou demonstram falhas sistêmicas.
As principais ocorrências de não conformidades maiores estão relacionadas a tópicos como gestão de não conformidades e ações corretivas, competência de auditores internos, planos de contingência, resolução de problemas e Total Productive Maintenance (TPM).
“Não conformidades maiores refletem em riscos e falta de efetividade no processo de transição, exigindo auditorias especiais adicionais para a verificação do fechamento das não conformidades, o que impacta em esforço extra das partes envolvidas para finalizar o processo de transição”, aponta Sergio Kina.
Sergio Kina é gerente técnico do IQA.