“A China está em uma fase de ajuste”.
A constatação foi feita pelo vice-presidente da Bridgestone Corporation, Makio Ohashi, em entrevista publicada pela agência de notícias norte-americana Bloomberg, nesta quarta-feira, 25 de abril.
Segundo ele, a China, maior mercado consumidor de borracha do mundo, está crescendo em ritmo mais lento.
Metade do consumo de pneus na China é formado por pneus de caminhões e ônibus, e a taxa de expansão para esse ano deve oscilar em níveis ligeiramente inferiores às estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), entre 7,5% e 8%, ressaltou o executivo.
Caso esse prognóstico se consolide, Ohashi aponta que será o menor patamar de crescimento dos últimos 11 anos. O mesmo quadro se apresenta no segmento de veículos de passeio, com forte desaceleração de vendas de pneus, ante a taxa de crescimento de 16% observada no ano passado.
Segundo o vice-presidente da Bridgestone, baseado em dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Veículos, as vendas de automóveis de passeio apresentaram baixa de 1,3% entre janeiro e março deste ano, na China, o que representou o primeiro recuo em cinco anos.
China, associada à crise de dívidas soberanas na Zona do Euro e economia norte-americana sem sinais objetivos de recuperação econômica serviram de combustível para o recuo de 9,1% dos preços da borracha natural nos mercados futuros da commodity na Tocom, de Tóquio (Japão), apontou a reportagem.
Para ajudar no contexto do quadro interno chinês, a China, que também é o maior consumidor individual de petróleo do mundo, elevou os preços da gasolina em 7% e do gasóleo em 7,8% no mês passado.
Esse quadro geral, segundo Makio Ohashi, ajudou a dirimir a pressão de custos sobre os principais produtores de pneus globais e da China, mas por outro lado se refletiu em menor nível de demanda por pneus – com os distribuidores de pneus apresentando estoques acima do normal.
Em que pesem tais fatos, o vice-presidente da Bridgestone destacou que, partindo do pressuposto de um preço para a borracha natural entre US$ 3,98 e US$ 4,06 o quilo, nos mercados futuros de Cingapura, a companhia poderá validar um lucro operacional recorde de 269 milhões de ienes em fevereiro deste ano ante o ano fiscal terminado em 31 de dezembro do ano passado.
Isso equivaleria a um salto de 41% no lucro operacional no período. A Bridgestone realiza nesta sexta-feira, dia 27, a 93 reunião anual de acionistas e divulga seu balanço de desempenho financeiro relativo ao primeiro trimestre de 2012 no dia 9 de maio.