Brasília – A partir do ano que vem os caminhões com cargas para o Porto de Santos terão que fazer o agendamento prévio a fim de sincronizar a chegada ao porto com a atracação da embarcação no terminal.
O objetivo é evitar a formação de grandes filas, como ocorreu em março deste ano, por causa da supersafra de grãos. Além disso, serão disponibilizados pátios para que os caminhões fiquem estacionados aguardando a vez de entrar no porto.
As medidas foram anunciadas ontem, 11, pelos ministros dos Transportes, César Borges; da Agricultura, Antônio Andrade; e da Secretaria Especial de Portos, Antônio Henrique da Silveira.
Os veículos que não estiverem agendados não terão acesso ao porto, ficarão aguardando em um pátio de triagem próximo à região metropolitana de São Paulo. Ele só poderá ir para a Baixada Santista quando comprovar o agendamento. No caso de contêineres e de alguns terminais de tradings já existe o agendamento, mas agora será adotado de forma generalizada.
Segundo o ministro dos Portos, o objetivo do agendamento é fazer uma sincronização entre a chegada dos navios e das cargas. “Para ter acesso à área portuária urbana de Santos, os embarcadores terão que, em contato com os terminais, estabelecer as datas de embarque e procurar sincronizar essa chegada para evitar que as filas se formem dentro da cidade e nas estradas e que a retenção seja feita em pátios de triagem, onde terá infraestrutura com facilidades para os motoristas de caminhão”, explicou.
As novas regras de agendamento começam a valer em janeiro, para que, quando começar o período de maior movimentação de cargas, a partir de março, o sistema esteja operando plenamente.
O governo está estudando a utilização de duas áreas públicas para fazer os pátios de triagem, e já fez uma chamada para proprietários de áreas privadas que quiserem disponibilizar terrenos para esse fim. Nesses casos, os caminhoneiros terão que pagar para ter acesso aos pátios.
Para Antônio Henrique da Silveira, o agendamento e a adoção dos pátios solucionará os gargalos no Porto de Santos. “O que houve de gargalo foi uma atuação não planejada na chegada da carga. Estamos entrando com uma ação agendada para mitigar qualquer confusão na entrada da cidade e nas estradas que dão acessos”, disse.
Em março deste ano, o escoamento da supersafra de grãos do país causou problemas de congestionamento no Porto de Santos, onde filas de caminhões ocuparam grande parte das vias no entorno do terminal e nas rodovias que levam ao porto por vários dias.
Para o ministro da Agricultura, Antonio Andrade, o congestionamento no porto é um “bom problema” que o Brasil tem que enfrentar. “Espero poder assistir o Brasil enfrentando esse problema ao longo dos próximos dez anos”, disse. A produção agrícola na safra 2013/2014 deve alcançar 195,91 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. A estimativa do governo, segundo o ministro, é ultrapassar 200 milhões de toneladas. A exportação de grãos deste ano deve fechar em torno de 90 milhões de toneladas e, para o próximo ano, poderá ultrapassar 100 milhões de toneladas.
O ministro dos Transportes, Cesar Borges, também anunciou melhorias em rodovias e ferrovias, para descentralizar a exportação de grãos no país, que hoje ocorre prioritariamente nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Entre as medidas está a duplicação da BR-163, em Mato Grosso, que já foi licitada e deve estar duplicada em cinco anos. Em relação às ferrovias, ele citou o trecho de 901 quilômetros entre Lucas do Rio Verde (MT) até Campinorte (GO), que deverá ser o primeiro a ser licitado pelo governo. “Queremos fazer a licitação no início do ano”, disse Borges. Os estudos devem ser analisados pelo Tribunal de Contas da União em sessão extraordinária na próxima segunda-feira, 16.
As informações são da Agência Brasil