O triunvirato, China, América do Sul e Europa Oriental marca negativamente a demanda por pneus originais para aplicação em caminhões e ônibus em 2015.
A constatação está no informe de resultados financeiros divulgado pela Michelin na última terça-feira, 28, e que toma como base estimativas de mercado, da própria companhia, além de levar em consideração informações sobre importação e exportação e número de pneus vendidos em todo o mundo.
Entre janeiro e junho deste ano a demanda por pneus OE (equipamentos originais destinados diretamente para as montadoras de caminhões e ônibus) apresentou queda de 8% sobre o mesmo período do ano passado, somando 16,3 milhões de unidades (ante 17,6 milhões no 1S14).
Mercados em baixa
A demanda por pneus OE caiu 42% na América do Sul. Saiu de 1,2 milhão de unidades no primeiro semestre de 2014 para 700 mil unidades nos primeiros seis meses de 2015, aponta o estudo da Michelin. Especificamente no primeiro trimestre, a demanda acusou recuo de 37%, ampliando-se para 45% no segundo trimestre fiscal.
Em relação à América Latina, a Michelin chama a atenção para o ambiente econômico muito difícil, com destaque para o mercado brasileiro onde a demanda por pneus OE de carga cedeu 44%. O mercado assiste não apenas ao colapso da produção – com seguidas interrupções na produção de caminhões e ônibus -, como também ao enfraquecimento das exportações de veículos, principalmente sobre os dois potenciais mercados compradores, a Venezuela e Argentina, que também apresentam dificuldades financeiras, constata o documento.
“As vendas de caminhões no Brasil soltaram aos níveis 2003-2005, após o pico da substituição da frota alimentada pelo Finame/BNDES, um programa de financiamento que é subsidiado pelo governo brasileiro”, destaca o informe.
Embora menos ‘ruim’, que na América do Sul, a demanda na Ásia (menos Índia) também apresentou um quadro tétrico. Recuo médio de 23% no semestre, para 6,6 milhões de pneus originais de carga ante 8,4 milhões no primeiro semestre do ano passado. Especificamente no primeiro trimestre do ano, a queda era de 23%, cedendo para 22% no segundo.
Segundo o informe da companhia francesa, a China, que tem peso de 75% de participação do mercado asiático de pneus de carga assistiu a uma queda de 25% na demanda, motivada pelo abrandamento da produção local de veículos de carga que afeta a cadeia de transportes de carga e passageiros. A demanda também caiu na média de 14% na Coreia do Sul e Indonésia, sendo compensada, em parte, pelo aumento das aquisições de pneus de carga pelo mercado tailandês.
As montadores de veículos de carga da América do Norte e Europa acusaram demandas semelhantes por pneus originais no primeiro semestre deste ano. Foram 3,3 milhões de unidades na América do Norte, 17% mais que no mesmo período de referência do ano passado (2,9 milhões de unidades) e 3,2 milhões na Europa (4% mais que as 3,0 milhões de unidades demandadas no primeiro semestre de 2014).
Fechando o ciclo, África, Oriente Médio e Índia demandaram 15% mais pneus de carga originais no período, somando 2,5 milhões de unidades (2,1 milhões no 1S14).
Para mais informações, acesse o link: http://www.michelin.com/eng/finance/financial-results/2015-First-Half-Results É possível assistir ao vídeo de apresentação dos executivos e fazer o download dos relatórios financeiros divulgados na terça-feira, 28.