O Brasil é um dos destaques negativos da apresentação feita pela Michelin a analistas de mercado e investidores junto ao banco Société Générale, nesta quarta-feira, 25.
O destaque negativo se dá em função do baixo desempenho da indústria automotiva neste início de ano, onde a Michelin acusa um recuo da oferta de equipamentos originais (OE) – destinados diretamente para as linhas de produção das montadoras brasileiras, de 17%.
O dado compara fevereiro de 2013 com fevereiro de 2014 e mostra que no mesmo período, a oferta de equipamentos OE cresceu 6% na China, caiu 1% na América do Norte e se manteve estável da Europa.
Quando o assunto se volta para o segmento de reposição, de todos os mercados eleitos na comparação, o Brasil é o único que exibe sinal positivo, com alta de 2%, ante recuos de 13% na China, de 2% na América do Norte e de 1% na Europa.
Os números da Anfavea
O baixo desempenho da empresa francesa no mercado nacional está em linha com a performance do setor automotivo no período. Dados apurados pela Carta da Anfavea de março mostram que os licenciamentos de veículos de passeio e comerciais leves cederam 27% em fevereiro deste ano contra a mesma base de comparação do ano passado. No primeiro bimestre, a queda foi de 21,1% comparada ao primeiro bimestre do ano passado.
Em relação à produção, os recuos foram de 28,9% entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2014 e de 22% na relação entre os acumulados no primeiro bimestre.
Como foi o mercado em 2014
Segundo os dados divulgados pela Michelin, o segmento de pneus originais encerrou 2014 em alta global de 3%, mas com atenuações para cima e para baixo entre os mercados. O maior crescimento médio se deu na América do Norte, com 5%, seguido pela Ásia – menos Índia – (4%), Europa (3%) e África e Oriente Médio (2%). A América do Sul apresentou recuo de 16% na oferta de pneus vendidos diretamente para as montadoras em 2014.
No segmento de reposição, o mercado global encerrou 2014 em alta de 4%, mas a média registrada pela América do Norte foi maior, de 6%, ante 5% na América do Sul, 4% na África, Oriente Médio e Ásia (menos Índia). O mercado europeu de reposição avançou apenas 1% em 2014.