Como o Brasil pode ser mais competitivo? No último dia 28, durante apresentação do balanço das operações de 2013 – da indústria brasileira de pneus -, o presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), Jean-Philippe Ollier, alertou para a mesma questão.
Mesmo diante de resultados recordes de produção – foram 68,8 milhões de pneus produzidos em 2013 – e vendas de 72,6 milhões de pneus -, a indústria bateu firmemente nessa questão, solicitando a ajuda do governo para que possa perpetuar seus projetos e investimentos – superiores a R$ 10 bilhões até 2015.
Pesquisa realizada pela Accenture – em parceria com a Economist Intelligence Unit (EIU) – vai nesse sentido e corrobora os gargalos da economia nacional bem como as mazelas que se escondem por trás do conceito de competitividade.
Diz ela que cerca de 39% dos executivos ouvidos apontam que os problemas da competitividade brasileira tem nome: infraestrutura em estradas, portos, água e eletricidade.
Outros 37% atentaram para o imbróglio da regulação. O Brasil é um País que prescinde de marcos regulatórios. Tudo precisa de cartório, rubrica e acordos, pois a cada novo governo – posto em Brasília -, os pressupostos de antes não valem para os pressupostos do presente e do futuro.
Se olharmos a série do último ano, medidas e mais medidas compensatórias, meritórias, passageiras e temporais, desonerações pontuais aqui e ali atenderam apenas questões de momento, mas não se encontra uma solução efetiva para o futuro, algo que a pesquisa deixa bem claro ao pontuar que 60% dos executivos ouvidos “pretendem mudar o foco dos países do BRIC para ter rápido crescimento”.
Outros 15% dos executivos ouvidos detectaram gargalos nos quesitos tecnologia e inovação.
“Uma aposta dos líderes empresariais brasileiros para crescer é o investimento no mercado externo, 61% dos executivos confirmaram esse interesse”, destaca o estudo ao revelar para 44% dos pesquisados a concorrência de novos “entrantes” no mercado nacional é o principal risco que a sua companhia irá enfrentar em 2014.
Foram entrevistados 1.041 líderes de empresas de 20 países, entre eles o Brasil.