A Copa do Mundo no Brasil e os problemas na Argentina afetaram os negócios da Michelin. É o que mostram os dados reportados em relatório financeiro – referente ao primeiro semestre e segundo trimestre fiscal – da segunda maior produtora de pneus do mundo, divulgados na França, nesta terça-feira, 29.
Em números sintéticos, a oferta de pneus originais para veículos de passeio e comerciais leves – os chamados OE – que são fornecidos diretamente para as linhas de produção das montadoras, houve recuo de 18% na América Latina e de 3% em mercados como a África, Índia e Europa Oriental – em detrimento de expansão de 7% na Ásia (sendo 10% na China), 6% na Europa e 3% na América do Norte.
Na média de todos os mercados globais de atuação da companhia, houve avanço de 4%.
Uma especial observação do relatório da empresa destaca que o recuo de 18% observado nas vendas de pneus originais para as montadoras – na América do Sul – tem correlação direta com o ‘Efeito Copa do Mundo’, momento em que se registrou desaceleração de vendas de veículos no Brasil e, mais ainda, na Argentina, um mercado que conviveu com aumentos de impostos, restrições de importação e substancial desvalorização do peso.
Em unidades de pneus
A Michelin vendeu ao longo de janeiro a junho a soma total de 212,9 milhões de pneus originais – destinados às montadoras de veículos de passeio e comerciais leves – ao redor do mundo, resultado superior as 205,7 milhões de unidades comercializadas em igual período do ano passado.
A maior parcela de pneus vendidos pela gigante francesa se deu na Ásia, com 98 milhões de unidades (92,3 milhões no primeiro semestre de 2013 – 1S13), seguida pela Europa com 49,9 milhões de unidades (47,3 milhões no 1S13) e América do Norte, com 42 milhões de pneus (40,5 milhões no 1S13).
Na África, Índia e Europa Oriental, a Michelin forneceu 13,7 milhões de pneus originais às montadoras ante 14,2 milhões no primeiro semestre de 2013, sendo 9,3 milhões de pneus OE na América do Sul, ante 11,4 milhões no primeiro semestre do ano passado.
Reposição
Entre janeiro e junho deste ano, a Michelin vendeu 496,2 milhões de pneus no segmento de varejo em seus mercados de atuação, com expansão de vendas em todos eles. Na média, a demanda do varejo global ampliou as vendas de pneus de veículos de passeio e comerciais leves da companhia em 5%.
As maiores expansões de vendas de pneus no varejo se deram nos mercados da América do Norte e Ásia, ambos com 6% de incremento, seguidos pelos mercados da Europa, África, Índia e Europa Oriental e América do Sul, com 4%.
Em unidades de pneus, o grande segmento de varejo para a Michelin está na Europa, que consumiu 160,8 milhões de unidades entre janeiro e junho deste ano (156,1 milhões no 1S13), seguido pelo mercado norte-americano, com 134 milhões de pneus (124,9 milhões no 1S13), Ásia com 118,6 milhões de pneus (111,3 milhões no 1S13) e África, Índia e Europa Oriental, com 46,4 milhões de unidades (44,9 milhões no 1S13). A América do Sul demandou 36,4 milhões de pneus no varejo, ante 33,1 milhões no mesmo período do ano passado.
Resultado por divisão
As três divisões de negócios da Michelin – passeio e comerciais leves, carga e especiais (mineração, agricultura, aviação e duas rodas) -, apresentaram vendas inferiores neste primeiro semestre de 2014 quando comparadas às vendas do primeiro semestre de 2013.
A divisão de passeio e comercial leve apurou vendas totais de € 5,167 bilhões entre janeiro e junho deste ano (€ 5,321 bilhões no 1S13), a de carga contribuiu com vendas de € 2,927 bilhões neste primeiro semestre (€ 3,121 bilhões no 1S13) e a divisão de pneus especiais gerou receitas totais de vendas da ordem de € 1,579 bilhão (€ 1,717 bilhão no 1S13).
Nota da redação: a Transportepress.com parabeniza a área de relacionamento com investidores da Michelin. Os relatórios referentes ao segundo trimestre fiscal e do primeiro semestre fiscal são, sem sombra de dúvidas, os melhores já apresentados pela companhia na séria dos últimos anos, seja pela profundidade, abrangência de informações, apresentação gráfica e, mais importante, pela transparência das informações prestadas.
Para mais informações, acesse:
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