De janeiro a março o consumidor brasileiro contou com R$ 22 bilhões – disponibilizados pelo sistema financeiro – para aquisição de veículos financiados, destaca balanço realizado pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF). Esse montante reflete alta de 18,4% quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Especificamente em março passado, a ANEF identificou o maior volume disponibilizado nos últimos dois anos, de R$ 8,3 bilhões em financiamentos – inferior apenas ao registrado em janeiro de 2015, de R$ 8,4 bilhões.
Segundo a entidade, 50% dos negócios foram consolidados ao longo do primeiro trimestre foram realizados através do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), outros 5% via consórcios e 1% via Leasing. As compras de veículos feitas à vista responderam por 44% do total.
“A confiança está voltando aos poucos”, diz em nota o presidente da ANEF, Gilson Carvalho. “Aliado a isso”, relata, “precisamos que as pessoas recuperem sua renda e voltem a ter crédito. Esses são os três pilares que impactam o setor”, afirma o executivo que também chama atenção para o recuo continuado da taxa básica de juros, a Selic, como um elemento fundamental para o retorno dessa ‘confiança’ manifestada pelo consumidor.
Os números fechados no trimestre mostram um total de R$ 22,4 bilhões em recursos liberados pelos bancos de montadoras e instituições independentes, dos quais R$ 22 bilhões em linhas de CDC (alta de 18,4% em 12 meses) e R$ 370 milhões em linhas de arrendamento mercantil (-41,3% menos que em igual período do ano passado).
Especificamente em março, o saldo das carteiras encerrou em queda de 0,5% para R$ 161,7 bilhões, comparativamente ao mês anterior. Apesar desse leve recuo, a ANEF mantém suas projeções para 2017, que aponta para uma carteira de R$ 166,7 bilhões, direcionada para aquisição de veículos e motocicletas.
“O saldo de financiamentos deve crescer 2,5% na comparação com o ano passado. Já o total de recursos liberados deverá registrar elevação de 5,5% e somar R$ 86,7 bilhões”, afirma Gilson Carvalho.
Veículos Pesados
O vice-presidente setorial de veículos comerciais da ANEF, Bernd Barth, vê com otimismo o desempenho dos negócios realizados nos segmentos de caminhões e ônibus.
“Os primeiros resultados já são visíveis e esperamos uma aceleração para o próximo trimestre”, destaca o executivo ao apontar o impacto do novo Finame TJLP 2017, que inclui a nova regra que beneficia as empresas com faturamento até R$ 300 milhões.
Esse fato, associado à redução da taxa básica de juros, a Selic, está permitindo ao segmento de veículos pesados uma nova dinâmica para os negócios.
Entre janeiro e março 62% das operações de financiamento foram feitas através do FINAME, 16% na forma de financiamentos, 13% em compras à vista, 6% consórcios e 3% Leasing.
Consórcios
A alternativa, que era a mais utilizada pelos consumidores de motocicletas desde 2014, caiu neste início de ano para a segunda posição entre as linhas de financiamentos disponíveis. Em primeiro lugar os financiamentos responderam por 36% dos contratos celebrados, consórcio respondeu com 33% e as compras à vista com 31%.
Juros e Inadimplência
Seja em pessoas físicas, seja em pessoas jurídicas, a inadimplência apresentou baixa em março, de 0,1 ponto percentual para pessoas físicas e de 0,2 ponto percentual para pessoas jurídicas. Segundo a ANEF, a inadimplência junto ao CDC é de 4,5%, sendo de 3,7% no Leasing pessoa física e 3,6% para pessoas jurídicas (aqui houve alta de 0,2 ponto percentual comparativamente a fevereiro deste ano). As taxas ofertadas pelos bancos de montadoras estão bem mais em conta que as oferecidas pelas instituições independentes: 22,42% ao ano, ou 1,7% ao mês, nos bancos de montadoras contra 24,8% ao ano, ou 1,83% ao mês, dos bancos independentes. O prazo médio de financiamento está em 41,9 meses e o máximo em 60. |