A Daimler Trucks – formada pelas divisões Mercedes-Benz, Fuso, Freightliner, Western Star, Thomas Built Buses e BharatBenz -, reportou ao mercado vendas totais de 424 mil unidades entre janeiro e novembro deste ano, representando 53 mil unidades acima das 371 mil comercializadas em igual período de 2011.
O aumento de 14,3% satisfez Andreas Renschler, membro do Conselho de Administração da Daimler – responsável pelas divisões de caminhões e ônibus do grupo. “Conseguimos um aumento de vendas substancial, apesar da volatilidade dos mercados. Nossas crescentes atividades em mercados promissores como a China, Rússia e Índia colocou a empresa em uma boa situação”, disse em nota ao mercado.
Ásia e América do Norte foram os pilares de sustentação das vendas em alta, enquanto Europa e América Latina, especialmente o Brasil, foram os pontos negativos, aponta o balanço da companhia.
Dentro do Nafta, as vendas da empresa alemã deram salto de 21% até novembro, para 129 mil unidades. Na Ásia, elas evoluíram 30,6% -, para 162 mil unidades comparadas a igual período de 2011.
Só no Japão, as vendas da divisão Fuso apresentaram expansão de 35%, para 32 mil unidades, aponta o relatório da empresa alemã, que destaca o Brasil ter sido a grande pedra no sapato no período.
Aqui, as vendas cederam 31% para pouco menos de 28 mil veículos. Tal desempenho aquém das expectativas se deveu ao desaquecimento da economia, associado à entrada da tecnologia Euro V – mais diesel S-50 e Arla 32.
A Europa, que efetivamente está em crise, diferentemente do Brasil, ainda garantiu vendas 3% maiores ao Grupo Daimler, graças à ofensiva de vendas do novo modelo Actros na versão Euro VI, totalizando até novembro 76 mil veículos comercializados no Velho Continente.
Para 2013 a empresa alemã aposta fortemente em bons resultados a partir do lançamento dos novos modelos Antos, Arocs e Actros baseados no Euro VI e nos resultados de joint ventures firmadas na Rússia – Mercedes-Benz Trucks Vostok (MBTV) e Fuso Kamaz Trucks Rus (FKTR). Até agora, a empresa alemã angaria vendas em alta de 34% naquele mercado, sendo 6,6 mil unidades vendidas nos primeiros 11 meses de 2012.
Na Rússia, os contratos passam pelo estabelecimento de provisões de 7,0 mil motores e 15 mil eixos por ano, além do estabelecimento de uma rede de concessionárias e componentes. O acordo também prevê a gestação de uma nova geração de caminhões Kamaz – baseada no Actros.
Outro motivador para a Daimler reside na Índia, através do lançamento da marca BharatBenz – que redundou em investimentos de € 700 milhões em unidade fabril inaugurada em abril, com capacidade para 70 mil veículos/ano. Até 2014 a empresa quer lançar 17 modelos BharatBenz, apropriando-se de um dos maiores mercados para caminhões do mundo.
Na China, a expectativa é encerrar o ano com vendas recordes de 6,0 mil caminhões.
“O segmento de caminhões continuará sendo um segmento em crescimento no médio e longo prazo, com taxa de expansão entre 35 e 4% ao ano até 2020”, destaca Andreas Renschler. Segundo ele, a Daimler Trucks vai crescer acima da média em 2013, vai gerar lucro e ampliar seu alcance global, ganhando fatias adicionais de mercado.
Em tempo: o Brasil tende a ser um mercado mais positivo em 2013, não apenas para a Daimler e sua divisão Mercedes-Benz, aqui, mas para todo o segmento pesado. Os sinais emitidos pelo lado da demanda – safra, obras de infraestrutura, mineração e construção, já levaram a empresa alemã, com base em São Bernardo do Campo (SP), a colocar todo o seu efetivo – em férias coletivas – à postos, no sentido de dar empenho a uma demanda que faltou durante todo o ano de 2012. Os sinais dessa súbita melhora de negócios no Brasil devem estar expressos nas primeiras estimativas de 2013.