Levantamento de preços de pneus realizado pela Transportepress.com, com base em planilhas de gestores de pneus da Grande São Paulo mostra que a Michelin, considerada por muitos desses gestores como a empresa que oferece os melhores produtos de carga do mercado brasileiro, manteve uma política de aumentos continuados em seus produtos entre janeiro de 2015 e maio de 2017.
Nesses 29 meses, a política comercial referendou até sete reajustes de preços de pneus, refletindo uma média de um reajuste de preços a cada 4,1 meses. Essa prática foi entremeada pela concessão de descontos ou promoções, em breves períodos, logo seguidos por novos aumentos. A Michelin é a fabricante de pneus nacionais que concedeu os maiores aumentos em seus produtos no período.
Enquanto o reajuste máximo – acumulado em todo o período de 29 meses – concedido pela Pirelli a seus pneus, chegou a 12,11% – no 295/80R22,5 DIRECIONAL FR01 –, os ajustes de preços gestados pela Michelin, em igual período, ficaram entre 16,70% e 20,02%.
Uma certeza plena da pesquisa é que a Michelin tem hoje os pneus mais caros do mercado.
Para uma inflação medida pelo principal índice de preços do país, o IPCA, de 19,30%, percebe-se que a Michelin buscou uma correção mais próxima – e até real – sobre a variação do índice no período.
A pesquisa detalha a trajetória dos reajustes sobre três produtos, dentre eles:
- Michelin 275/70R22,5 PORTADOR X MULT T
- Michelin 295/80R22,5 DIRECIONAL X MULTI Z
- Michelin 295/80R22,5 TRAÇÃO XMULTI D
O produto que registrou a maior variação de preços foi o modelo Michelin 275/70R22,5 PORTADOR X MULT T. Fixado em R$ 1.174,65 em janeiro de 2015, sofreu reajuste de 10,1% em maio daquele ano, para R$ 1.293,37. Novo aumento se deu em setembro, de 4%, passando ao preço de R$ 1.345,10, sendo novo reajuste em novembro de 2015, de 0,96%, para R$ 1.358,00.
A soma dos ajustes dados no período somou 15,60% ante uma variação acumulado do IPCA de 10,67% no mesmo período. A correção do produto foi de 4,56% acima da inflação.
Um novo ciclo de ajustes se iniciou em maio de 2016, de 4,05% para R$ 1.413,00, seguido de um período de descontos, entre agosto e outubro do ano passado. O preço caiu 4,24%, para R$ 1.353,00 nesse período, mas voltou a subir 2,96% em novembro (R$ 1.393,00), para novo reajuste em janeiro deste ano, de 1,20% (para R$ 1.409,69), mantendo-se assim até maio deste ano.
No acumulado de 29 meses, o produto subiu 20,02%, acima do IPCA acumulado em igual período, de 19,30%.
O modelo Michelin 295/80R22,5 DIRECIONAL X MULTI Z tinha como preço base o valor unitário de R$ 1.442,44 em janeiro de 2015, alterado em maio daquele ano, quando sofreu reajuste de 4,44% para R$ 1.506,55.
Em novembro de 2015 passou a R$ 1.622,00, com novo aumento de 3,52%. Esse valor se manteve até abril de 2016, quando subiu mais 4,07%, para R$ 1.687,00, chegando a novembro com nova majoração, dessa vez de 2,96%.
Em janeiro de 2017, a empresa promoveu ajuste, de 1,11%, para R$ 1.756,27, valor que se manteve até maio deste ano. O reajuste acumulado em 29 meses foi de 17,13%, inferior ao IPCA em igual período, de 19,30%.
O terceiro modelo de nossa pesquisa é o Michelin 295/80R22,5 TRAÇÃO XMULTI D. Em janeiro de 2015 era comercializado ao preço de R$ 1.573,00, com o primeiro ajuste ocorrendo em maio daquele ano, de 4,47% para R$ 1.643,28.
Em setembro de 2015, novo aumento, de mais 4,0%, com o produto custando R$ 1.709,02. Em outubro de 2015, a empresa promoveu ajuste para R$ 1.769,00 (+3,51%), mantendo esse patamar até maio de 2016, quando elevou o preço em mais 4,01% para R$ 1.840,00.
A partir de agosto de 2016, a empresa iniciou um período de descontos, entre agosto e outubro daquele ano. Em agosto reduziu o preço em 4,24%, de R$ 1.840,00 para R$ 1,762,00, elevando-o novamente em novembro de 2016, para R$ 1.814,00 (+2,95%) e reviu os preços a partir de janeiro deste ano, para R$ 1.835,84 ou mais 1,20%.
No período de 29 meses o reajuste acumulado foi de 16,70%. Também abaixo da inflação medida pelo IPCA, de 19,30% em igual período.
Segundo as empresas ouvidas, a Michelin oferece prazos de 30 e 60 dias para o pagamento das operações aos seus clientes. Evidente, tal prática depende de cliente para cliente, bem como os preços expressos pela pesquisa – base São Paulo.
Confira os gráficos com a variação de preços no período: