Relatório 2011/2012 divulgado pela European Tyre and Rubber Manufacturers’ Association (ETRMA) mostra uma radiografia completa do mercado de pneus na Europa no ano passado.
Na questão dos números, a entidade destaca a existência de 4,2 mil empresas do ramo atuantes na Europa, um setor que gera 374 mil empregos diretos e negócios estimados em 47 bilhões de euros (US$ 58,8 bilhões).
Das 10 maiores empresas de pneus do mundo, seis estão na Europa e movimentam 65% do volume mundial do setor, aponta a entidade.
O balanço da ETRMA mostra também que em 2011 foram 20 milhões de toneladas produzidas em pneus o que corresponde a 24% de participação do mercado internacional.
As vendas de pneus para substituição foram de 301,7 milhões de toneladas no continente em 2011 – incluindo importações – com alta de 4,4% sobre 2010, das quais 289 milhões de unidades para veículos de passeio e 12,6 milhões para o segmento comercial.
A Europa, destaca a ETRMA é importadora líquida de pneus: foram 10 bilhões de euros (US$ 12,512 bilhões) em 2011 ou 16,2% a mais que no ano anterior, ante exportações de 8,1 bilhões de euros (US$ 10,136 bilhões).
Entre as questões levantadas pela entidade – pneus verdes, rotulagem de pneus, acordos e projetos de desenvolvimento de borracha natural, entre outras – duas questões chamam a atenção.
A primeira é a posição dura da entidade aos países produtores de borracha natural no Sudoeste da Ásia.
Defensora do livre comércio, a ETRMA destaca que a borracha é um insumo de fundamental importância para a indústria europeia, responsável pela geração de 30 milhões de empregos em toda a cadeia produtiva que leva em conta essa matéria-prima.
A European Tyre and Rubber Manufacturers’ Association define como cartel e oligopólio as ações empreendidas pela Indonésia, Malásia e Tailândia em 2011, para fazer o preço da borracha natural saltar de preço.
Entre essas ações o relatório cita a redução conjunta de áreas de plantio e o corte de árvores maduras, fatores que provocaram fortes elevações de preços da borracha natural no mercado internacional e motivou a ETRMA e demais entidades e empresa da Europa a buscar outras fontes renováveis de borracha natural – fora da Ásia.
Vem daí o grande salto nas pesquisas pela borracha extraída com base no dandelion (dente de leão) e do guaiúle (mexicano e norte-americano).
O segundo puxão de orelhas premente no relatório de 2012 diz respeito às questões de comércio exterior.
A ETRMA relata que ao lado da Comissão Europeia tem feito um trabalho conjunto com o governo da Coreia do Sul visando a um maior equilíbrio da pauta de comércio exterior de pneus entre os países da Europa e o país asiático.
Desde 2007 a entidade aponta que a entrada de pneus importados da Coreia do Sul triplicou no continente europeu, algo que está sendo ajustado entre as partes, mas que não está agradando em nada às empresas da Europa.