São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os estados brasileiros que mais exportam borracha natural. Juntos, foram responsáveis pela geração da quase totalidade das receitas de vendas geradas pelo insumo, de US$ 2,8 milhões entre janeiro e julho deste ano, para 727.464 quilos embarcados para mais de 42 destinos globais.
Apesar de maior produtor e exportador da matéria-prima, o Estado de São Paulo exportou menos neste ano, comparativamente ao mesmo período do ano passado. As receitas de exportação apresentam baixa de 34,83%, para US$ 1,270 milhão), sendo recuo de 19,57% em volume (526.710 quilos).
O recuo também está presente nas operações externas do estado da Bahia. Baixa de 67,06% em receitas (US$ 605,1 mil nos primeiros sete meses de 2017 ante US$ 1,837 milhão ante o mesmo período do ano passado).
As estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), mostram forte desestruturação das operações de comércio exterior em borracha natural do Rio Grande do Sul. Neste ano, apresenta o pior desempenho desde 2012 e números cadentes ano a ano, numa linha descendente que equivale ao desmonte da indústria de borracha natural local.
Nos primeiros sete meses de 2012, por exemplo, os gaúchos exportaram 84.171 quilos do insumo e geraram receitas de US$ 691,6 mil. Em igual período deste ano, foram 118 quilos e US$ 5,6 mil em receitas.
No Paraná, a situação se assemelha. Do melhor resultado apurado na série do MDIC, de 50.051 quilos em 2013 e receitas de US$ 44,4 milhões, hoje aponta 54 quilos e US$ 3,1 mil.
Idem ao Mato Grosso, outro forte produtor local, que apresentava em 2013 vendas externas de 11.325 quilos para US$ 41,2 milhões e hoje 23 quilos para US$ 473.
Os exemplos acima podem representar uma diversidade de questões que vão de plantio, desvio de produção para atendimento às demandas do mercado interno, troca de culturas, bem como evidenciam também a total falta de apoio, incentivo e orientações dos governos regionais e federal para a manutenção de uma indústria que fixa o homem a terra, tem um ciclo produtivo autossuficiente e sustentável, mas que perde competitividade de forma clara e evidente.
Se São Paulo é o maior exportador do insumo, também é o maior importador. Diferentemente da queda de 34,83% nas exportações da matéria-prima, nas importações houve aumento de 48,91%, para 66.952.806 quilos do insumo, a US$ 2,5666, para uma conta de US$ 171,8 milhões. Foi a maior importação registrada desde 2014.
Santa Catarina foi a segunda maior importadora de borracha natural até julho deste ano: + 74,04% sobre o mesmo período do ano passado, sendo 22.378.764 quilos a US$ 2,9876. Foi a maior importação registrada desde 2012.
O Paraná ampliou compras externas da matéria-prima em 24,31%, sendo 12.471.616 quilos a US$ 2,7703, seguido pelo Rio de Janeiro, + 69,30% sendo 15.458.679 quilos a US$ 2,2039.
NCMs* utilizadas nos levantamentos de dados
40011000 | Látex de borracha natural, mesmo pre vulcanizado |
40012100 | Borracha natural em folhas fumadas |
40012200 | Borracha natural tecnicamente especificada (TSNR), em outras formas |
40012910 | Borracha natural crepada |
40012920 | Borracha natural granulada ou prensada |
40012990 | Borracha natural em outras formas |
40013000 | Batata, gutapercha, guaiúle e gomas naturais análogas |
NCM = Nomenclatura Comum do Mercosul – foi adotado em 1995 pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e tem como base o SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias). A classificação fiscal de mercadorias é de competência da SRF (Secretaria da Receita Federal)