Como elevar as exportações de veículos produzidos no Brasil nos próximos anos? A resposta está no Exportar-Auto, um conjunto de medidas de flexibilização de regras e normas apresentadas pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior, ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, nesta terça-feira, 26.
Basicamente, o programa aponta para a possibilidade de elevar as exportações de autoveículos das atuais 486 mil unidades para 1,0 milhão por ano até 2017. Além disso, aponta positivamente para a exportação de 40 máquinas autopropulsadas por ano no mesmo período.
Como isso é possível?
Segundo informe da Anfavea, as medidas defendidas no Exportar-Auto se dividem em cinco eixos estratégicos e envolvem mudanças na tributação, no financiamento e nas garantias às exportações, nos custos trabalhistas, na logística e na facilitação ao comércio (com simplificação de processos aduaneiros que garantam maior agilidade e menores custos), além de acordos preferenciais.
Entre os motivos apontados pelo recuo das exportações do setor a Anfavea pontua destaca que isso foi fruto de custos de produção acima do apresentado por outros mercados, forte diferença de preços na aquisição de matérias-primas, além de uma enorme gama de tributos não recuperáveis, questões cambiais e problemas de infraestrutura, transporte e logística, algo que o mercado reconhece como o bom e velho Custo Brasil.
Os números apresentados ao ministro hoje destacam que em 2005, o melhor ano para as exportações de veículos brasileiros, foram embarcados ao exterior 970 mil unidades. “Naquela época a balança comercial do setor automotivo (incluindo autopeças) era positiva em US$ 9,0 bilhões. No ano passado, contudo, foram apenas 486 mil autoveículos exportados – volume que deverá se aproximar de 550 mil neste ano. Em 2012 a balança comercial do setor foi negativa em US$ 10 bilhões”, destaca o informe da Anfavea.
Entre os benefícios a serem obtidos com a aplicação do Exportar-Auto, Luiz Moan pontua a geração de divisas, o superávit na balança comercial do setor automotivo, a otimização da utilização da capacidade instalada do setor e a geração de emprego e negócios na cadeia produtiva.
“Exportar 1,0 milhão de unidades será fundamental em 2017, quando teremos capacidade produtiva mais elevada após a conclusão dos aportes de investimentos já anunciados pelos fabricantes que totalizam atualmente mais de R$ 75 bilhões”, destaca em nota.