Os bancos de montadoras e as instituições independentes que atuam diretamente na concessão de recursos direcionados ao financiamento de veículos encerraram o período de janeiro a setembro com liberações totais de R$ 72 bilhões, montante 20,8% superior ao registrado em igual período do ano passado.
Desse total das concessões, R$ 70,7 bilhões foram celebrados em operações de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e R$ 1,3 bilhão em operações de arrendamento mercantil (Leasing).
Os dados fazem parte de balanço realizado pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF), que aponta para o menor índice de inadimplência do ano, de apenas 3,9%, um fator destacado pelo presidente da ANEF, Luiz Montenegro, como um bom indicador.
Segundo o executivo, o nível de inadimplência vem caindo desde o início do ano, verificando-se em setembro recuo de 0,2 ponto percentual em relação a agosto e 0,7 ponto percentual menor que setembro de 2016
“Isso é um bom indicador, pois indica um cenário mais seguro para conceder o crédito”, destaca Montenegro.
Especificamente em setembro, a ANEF apurou um recuo de 9,6% nos volumes de concessões comparativamente a agosto deste ano. Em setembro os contratos para aquisição de veículos somaram R$ 8,3 bilhões ou 26,9% superior ao mesmo período do ano passado.
As pessoas físicas contrataram R$ 7,2 bilhões das concessões totais, sendo R$ 1,1 bilhão entre pessoas físicas.
Quem é quem
Segundo a ANEF, os contratos de CDC respondem por 48% das operações de crédito direcionados à aquisição de veículos, seguido pelo consórcio com 5% e pelo leasing, com 1%.
Luiz Montenegro chama a atenção para a performance das vendas à vista, que hoje estão no maior patamar histórico dos últimos anos, em 46%. “Esse índice deve cair nos próximos meses e ficar na faixa entre 38% a 40%”, aponta.
Segundo ele, com a queda da inflação, das taxas de juros e do índice de desemprego, o consumidor deve retomar a confiança e investir na troca de um veículo zero quilômetro (financiado)”.
No segmento dos veículos comerciais, o Finame participa com 60% das concessões ante 20% em CDC, 11% em compras à vista, 6% em consórcios e 3% em leasing.
No segmento duas rodas, assim como no de automóveis, a preferência é o CDC com 38% dos contratos fechados. O consórcio vem em seguindo lugar, com 32%, seguido pelas compras à vista, com 30%.
Juros
Os bancos de montadoras continuam ofertando aos consumidores taxas de juros mais atraentes que as instituições independentes que operam nessa modalidade de crédito.
Os juros médios embutidos nas operações concretizadas junto aos bancos de montadoras encerraram setembro em 20% ao ano (ou 1,53% ao mês), contra média de 23% ao ano (ou 1,74% ao mês), dos independentes.
O prazo máximo de amortização das operações entre os bancos de montadoras chega a 60 meses, ante um prazo médio de 42,2 meses.