A Ford reportou ao mercado ontem que seu desempenho financeiro no segundo trimestre deste ano será ‘substancialmente’ menor. As perdas em suas operações externas praticamente triplicaram em relação ao primeiro trimestre de 2012.
As perdas na Europa e na América do Sul podem chegar a US$ 570 milhões nos meses de abril, maio e junho, apontaram executivos da empresa norte-americana durante apresentação realizada na Securities and Exchange Comission (SEC), entidade equivalente à Comissão de Valores Moobiliários (CVM), no Brasil.
As operações da empresa estão sob crescente pressão apontou um porta-voz da companhia em notícia divulgada pela agência de informações Bloomberg.
Segundo essa fonte, os resultados combinados entre a Ford América do Sul, Europa, Ásia e Pacífico podem representar perdas até três vezes maiores que os US$ 190 milhões registrados no primeiro trimestre deste ano.
A Europa, pela sua importância dentro do contexto estratégico da Ford é a que mais preocupa, uma vez que as medidas de estímulo à demanda empreendido pelos governos locais não estão funcionando, há pressão dos sindicatos de trabalhadores locais e resistência dos governos na readequação dos volumes de produção e salários pagos.
Na Europa, a Ford projeta perdas entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões neste ano. Só no primeiro trimestre elas já somaram US$ 149 milhões.
Na Ásia e Pacífico, a Ford esta envolta em um megainvestimento de US$ 4,9 bilhões em novas fábricas e lançamentos de 15 novos modelos até 2015 e as perdas na América do Sul derivam de questões pontuais como a variação da cesta de moedas e mudanças bruscas de contexto econômico, como na Argentina, por exemplo, ou de forte competitividade no mercado brasileiro.
Quem está salvando a companhia são os resultados na América do Norte, onde o lucro foi de US$ 2,1 bilhões entre os meses de janeiro a março deste ano.