Após o mercado de construção civil sofrer retração de 30%, considerados os anos de 2015, 2016 e 2017, o setor apostava na recuperação do crescimento em 2018.
A indústria desses materiais, por exemplo, projeta crescer 1,5% em 2018, aponta a CFO da Tigre, Vivianne Valente, ao citar dados da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat), em reunião do colegiado do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (IBEF), em São Paulo.
Segundo a executiva, até abril o setor ia muito bem, de 5,9%, antes do impacto da greve dos caminhoneiros em maio.
“A paralisação afetou 90% das lojas de materiais de construção, com redução de 6% do faturamento no varejo. No comparativo de maio com abril, essa retração foi de 30% a 40%”, disse.
A perspectiva é que metade dessas perdas poderá não ser recuperada no ano.
Mercado de engenharia
O mercado de engenharia também foi impactado pelo movimento de revisão de orçamentos e investimentos para os próximos anos, aponta Daniel Godoy, CFO da Jacobs.
“Muitos projetos greenfield e de expansão dos negócios foram congelados, empresas que começavam a discutir esse tipo de projeto adiaram para o próximo ano”, diz.
O executivo observou como aspecto positivo, a vinda de players internacionais ao Brasil, que tem ajudado a movimentar a indústria.
Com relação aos próximos meses, a perspectiva do setor é uma postura mais conservadora nos planos e forecasts, com atenção aos impactos do câmbio sobre custos dolarizados, e a expectativa de uma melhoria de cenário em 2019.