O governo federal está avaliando a situação da greve dos caminhoneiros e as medidas adotadas pela Petrobras e Câmara dos Deputados, acerca dos preços dos combustíveis.
Ontem, a Petrobras decidiu cortar em 10% os preços do diesel por 15 dias e a Câmara zerou o óleo diesel das alíquotas do PIS e da Cofins até 31 de dezembro de 2018 – medida que ainda precisa ser aprovada no Senado.
Ontem, o governo pediu uma trégua de três dias em reunião mantida com os representantes do movimento, em Brasília. Um novo encontro está marcado para está quinta-feira, às 14h00, no Palácio do Planalto.
Todas as iniciativas não foram suficientes para o fim do movimento. Os motoristas brasileiros avaliam os cortes de preços do diesel – promovidos pela Petrobras – inócuos e exigem isenção total dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis para encerrar a paralisação e mudanças na politica de preços de combustíveis da Petrobras.
Desde que mudou o modo de correção dos preços dos combustíveis, a estatal já aumentou o preço do óleo diesel em 56% nos últimos 10 meses.
As lideranças do movimento atentam que só estão fora do movimento de paralisação o transporte de produtos perecíveis, carga viva, medicamentos e oxigênio hospitalar.
Além da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que o governo já se comprometeu a eliminar sobre o preço do diesel, incidem ainda os tributos federais PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
No caso da gasolina, esses tributos somados correspondem a 16% do preço final do produto. Para o diesel, os impostos federais representam 13% do valor final que é vendido nos postos.
A expectativa dos caminhoneiros é que a eliminação dos tributos gere uma redução média de R$ 0,60 por litro de combustível.
Balanço
Segundo a ABCam, uma das representantes dos motoristas, com mais de 700 mil associados em todo o Brasil, há 270 bloqueios em rodovias de 22 estados do país.
Apenas Roraima, Amazonas, Amapá, Acre e Rio Grande do Sul não registraram interdições. O movimento calcula que cerca de 400 mil caminhoneiros estejam parados hoje.
A paralisação, que está no terceiro dia, já provoca desabastecimento de mercadorias, combustíveis para postos de gasolina e aeroportos, circulação de transporte público, além do congestionamento em rodovias de todo o País.
Novas decisões podem ser adotadas pelo presidente Michel Temer, que está reunido, neste momento, no Palácio do Planalto com os ministros Eduardo Guardia (Fazenda), Moreira Franco (Minas e Energia), Valter Casemiro (Transportes, Portos e Aviação), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
Reportagem da Transportepress com informações da Agência Câmara