A meta é atingir 6% do mercado local, estimado em R$ 9 bilhões até 2015, momento em que sua rede local terá 400 unidades.
Hoje a companhia coreana alega deter 2% do mercado local, o que equivaleria a R$ 180 milhões anuais e vendas de 1,1 milhão de pneus, mas considera que o mercado brasileiro só passará a ser interessante quando o nível de faturamento superar a casa dos R$ 500 milhões.
Com base nas atuais projeções, e dadas as condições normais de temperatura e pressão, uma fatia de 6% já lhe daria um retorno da ordem de R$ 540 milhões, ou seja, dentro do quadro de projeções traçado pela companhia, mas isso só em 2015.
As informações foram prestadas nesta quinta-feira, 17 de maio, pelo presidente mundial da companhia, Seung-hwa Suh, a um grupo de jornalistas brasileiros convidados especialmente para conhecer a empresa e seus executivos.
Em tempo
No primeiro trimestre de 2012, a empresa coreana reportou ao mercado vendas globais de 1,71 trilhão de wons (a moeda corrente da Coreia do Sul), o equivalente a US$ 1,512 bilhão, com vendas 17,1% superiores ao mesmo período do ano passado.
O lucro operacional foi de 235,3 bilhões de wons, o equivalente a US$ 208,2 milhões, resultado 71,1% superior ao registrado entre janeiro e março do ano passado.
Nos mercados considerados emergentes como Ásia, Pacífico e América do Sul, a performance de vendas superou a casa dos 30% no 1T2012, com as vendas crescendo – mais especificamente – 32,8%.
Em que pese tais dados, o olhar dos analistas de mercado e investidores não anda tão positivo para a Hankook, cujo desempenho das ações em bolsa só ganha da Goodyear, que apresentou perdas de 25,5% entre 31 de dezembro e 11 de maio deste ano.
Os papeis da Hankook deram retorno de apenas 0,1% no período. A título de comparação, as ações da Kumho renderam 36,5% no mesmo período – e olha que a Kumho reportou um prejuízo líquido de US$ 24,3 milhões no trimestre, o quinto ano consecutivo no vermelho.
Não é de hoje que o olhar dos acionistas e investidores em papeis da Hankook anda enviesado, tanto assim que a empresa avalia a criação de uma divisão específica para pneus, limpando organicamente o bom desempenho dessa divisão da holding , algo que no Brasil chamamos de separar o joio do trigo.
A ideia no caso é agregar a operação ‘pneus’ sob o chapéu da Hankook Tire Co. Ltd., que nasceria com potencial de vendas da ordem de US$ 3,5 bilhões por ano. Já o braço de investimentos do grupo seria constituído a partir da Hankook Tyre Worldwide Co. Ltd.
O objetivo dessa separação seria o de dar maior consistência e estabilidade aos negócios de pneus do grupo sul-coreano, com foco concentrado em pneus.
A medida também permitiria ganhos de liquidez em ações negociadas na Bolsa de Valores de Seul e junto aos American Depositary Receipts (ADRs) – recibos de ações – que a empresa negocia na Bolsa de Valores de Nova York.
Essa decisão deve sair através de reunião com acionistas marcada para 27 de julho, sendo consolidada a partir de 01 de setembro do corrente ano.
Até lá, outro desafio se coloca diante do board da Hankook: elevar ou não os preços de seus pneus diante da onda de ajustes de matérias-primas.