Otimismo e confiança são duas das principais marcas reinantes entre os executivos de finanças sondados em pesquisa realizada pela Saint Paul Escola de Negócios, em parceria com o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-SP), junto ao Índice de Confiança do CFO (ICFO).
O índice – que apura os componentes ambiente macroeconômico, setor e empresa – apresentou avanço de 40% no primeiro trimestre de 2017, comparativamente ao mesmo período do ano passado. A pontuação chegou a 122,8, contra 87,4 em março de 2016.
Entre as características metodológicas do índice, 100 representa neutralidade em uma escala de 20 a 180 e, quanto maior, melhor.
Um dos destaques do levantamento é o que mede a evolução do sentimento dos executivos de finanças com o ambiente macroeconômico. Nesse aspecto, a pontuação deu salto de 43,8 pontos (medidos no primeiro trimestre de 2016), para 121,2 pontos registrado neste primeiro trimestre, refletindo crescimento médio ao trimestre de 29%.
PIB, IPCA, Selic e dólar
Assim como o otimismo e a confiança apresentam sensível quadro de melhora, os dados mostram que pela primeira vez (desde o início da série) nenhum executivo de finanças indicou expectativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB).
A flexibilização da política monetária (que já surtiu e vem surtindo efeitos sobre o controle da inflação), associada a uma taxa de câmbio que tem proporcionado sucessivos superávits comerciais também está no contexto de melhoria da sensibilidade dos executivos sondados pelo levantamento.
Todos os indicadores de mercado, tais como inflação oficial medida pelo IPCA, taxa básica de juros (Selic), taxa de câmbio e PIB apresentaram melhoras relevantes na percepção dos CFOs.
Segundo o levantamento, a estimativa para a inflação oficial caiu de 5,6% para 4,7%, a taxa básica de juros, de 11,3% para 9,5%. A expansão esperada para o PIB saiu de 0,1% na pesquisa anterior, para avanço de 0,6% e a taxa de câmbio estimada é de R$ 3,20 contra R$ 3,40 da sondagem anterior.
A maior evolução aqui ficou com o índice de macroeconomia, que se encontrava abaixo de 100 nas medições anteriores e agora subiu para 113,6 pontos.
O fator político
É público e notório que a questão política tem forte relevância na definição e nos rumos da economia brasileira, mas outro dado relevante apontado pelo Índice de Confiança do CFO é que pela primeira vez as preocupações em relação ao ambiente político, que antes ocupavam o segundo lugar no ranking de ‘Preocupações das Lideranças’ passaram para a terceira colocação, em um empate técnico com o quesito de aspectos regulatórios (veja gráfico).
“Essa leve alteração é um indício de que, com o desenrolar de fatos e avanços recentes no ambiente político, há a possibilidade de que os CFOs redirecionem parte de sua atenção para outros fatores críticos”, diz em nota o presidente da Saint Paul Escola de Negócios e membro do Conselho de Administração do IBEF-SP, José Cláudio Securato.
Competitividade e aspectos regulatórios seguem como focos de preocupações, apresentando representatividade elevada assim como em edições anteriores da pesquisa, aponta.
“Em virtude da relevante participação de empresas internacionalizadas da formação da base de respondentes, chama a atenção o baixo nível de preocupação em relação à demanda do mercado externo. Isso pode estar relacionado à maior preocupação com as dificuldades internas ainda vividas no atual momento por que passa o país”, diz.