Porto de Itajaí oferece vantagens aos importadores |
O súbito aumento das importações de pneus de veículos de passeio pode ser explicado através de muitos fatores, mas alguns deles podem ser destacados.
Um deles é a dança cambial. O Brasil, por ser – ao lado da China, Rússia e Índia – ‘um mercado que corre por fora da crise’ que afeta os países da Zona do Euro, por exemplo, tem recebido fortes injeções de recursos em moeda estrangeira, oriundas de investidores que buscam ‘rentabilizar’ seus recursos, seja através da apropriação do elevadíssimo juro interno praticado pelo governo brasileiro – através de aplicações em ativos de renda fixa – seja através de aplicações em ações de empresas nacionais, negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.
Há que se lembrar que o Brasil é um país tropical e que o alto verão demanda a entrada de forte número de turistas, o que também ajuda a depreciar o valor do real ante a cesta de moedas globais.
Isto posto, o baixo preço do real – que tem originado ações continuadas do governo brasileiro – favorece o fechamento de contratos de câmbio pelos importadores, que ganham, nesse baixo preço do real, montanhas de dinheiro, e garantem fatores competitivos importantes no momento de ‘brigar’ pela fixação do preço da mercadoria sobre seus canais de comercialização.
O outro motivo a ser destacado leva em conta as ações traçadas pelo governo brasileiro e que podem estar gerando um efeito ‘antecipação’ de compras de produtos importados, e aqui, não só de pneus.
Essa antecipação se consolida em duas frentes: as ações do governo para ‘desvalorizar’ o real ante o preço do dólar e a segunda e bem mais forte é a decisão do Congresso brasileiro em acabar com a Guerra dos Portos, uma questão que está em tramitação no âmbito do legislativo brasileiro, que promete, em caráter de urgência urgentíssima, a votação do Projeto de Resolução PRS 72/2010, que uniformiza as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações interestaduais de bens e mercadorias importadas do exterior.
Essa decisão pode ser tomada ainda em março, o que alimentaria a tese de antecipação da exportação de pneus pelos portos que ainda garantem o benefício fiscal aos importadores.