Diferentemente da crise que assola a Europa e das dúvidas se a China vai manter o ritmo de crescimento acima de 9% ao ano em 2012, a Índia desponta hoje como uma das economias mais dinâmicas do mundo, principalmente em relação à indústria automobilística.
Dados da associação dos fabricantes de veículos daquele país apontam para vendas entre 10% e 12% mais de veículos neste ano, uma taxa recorde que já se torna latente na série de jane
iro, fevereiro e março.
Apesar do grande otimismo da indústria automotiva local, as fábricas de pneus coçam a cabeça: no atual ritmo, o consumo de borracha (natural e sintética) deve subir para 225.000 toneladas no ano, ou 9,73% a mais que as 205.050 toneladas consumidas no ano passado.
Nas contas dos empresários indianos, a necessidade adicional de compras de borracha versus os atuais preços em mercado internacional induziriam a um aumento de custos de 16% nos preços dos pneus.
A estimativa é que nas atuais condições de mercado haverá um aumento entre 6% e 8% no consumo de pneus direcionados para veículos de passeio na Índia.
O impacto já medido sobre o comportamento da borracha RSS4, a mais nobre do mercado indiano, mostra que o preço do quilo para abril já subiu 3,1%, para 198 rúpias, aproximadamente US$ 3,83.
Quarta maior produtora de borracha natural do mundo, a Índia produziu 899.400 toneladas do insumo em 12 meses terminados em março deste ano, ante 861.950 toneladas em igual período do ano passado, um salto de 4,34%, mas o consumo interno foi de 966.215 toneladas em 12 meses terminados em março, uma alta de 2%.
Produção menos consumo, faltaram 66.815 toneladas de borracha para atender ao mercado interno, com os estoques da commodity caindo 20%, para 230.000 toneladas.
Nas contas dos indianos, o déficit de borracha no país deve chegar a 100.000 toneladas no biênio 2012-2013 e se elevar para 511.000 toneladas no biênio 2014-2015.