Estimativas divulgadas nesta quarta-feira, 25 de abril, pelo jornal The Economic Times, na Índia, apontam para um cenário muito distante da crise que assola a Zona do Euro, induz a questionamentos sobre a força de recuperação da economia dos Estados Unidos, ou dados titubeantes do mercado chinês.
Balanço do setor automotivo local aponta que a produção de veículos deve crescer 11% neste ano, o que induziria a uma expansão da demanda por pneus originais de 10%.
O temor dos fabricantes de automóveis indianos, porém, se atém à capacidade da indústria de pneus em suprir as necessidades do setor automotivo.
No cerne do pensamento empresarial indiano está o fato de a borracha natural ter uma participação de 45% do conteúdo total de um pneu, e o fato de os preços internacionais do insumo estarem apontando para uma tendência – não consolidada de alta.
O temor recai sobre a possível perda de margens de lucros sobre as principais empresas produtoras de pneus do país, como a Apollo Pneus, Pneus JK e CEAT.
As estimativas indianas dão conta de que mesmo com o recuo de 33% dos preços da borracha natural de um pico de 42.640 libras por tonelada métrica em 5 de fevereiro do ano passado, há temores em relação ao futuro, uma vez que a capacidade de produção interna de borracha natural na Índia já não supre o atual tamanho da demanda.
Quarta maior produtora de borracha natural do mundo, a Índia produziu 899.400 toneladas do insumo em 12 meses terminados em março deste ano, ante 861.950 toneladas em igual período do ano passado, um salto de 4,34%, mas o consumo interno foi de 966.215 toneladas em 12 meses terminados em março, uma alta de 2%.
O estudo indiano aponta que na média do primeiro trimestre de 2012, os preços internacionais da borracha natural oscilaram na faixa de 28.450 libras por tonelada métrica, 26% menos que no mesmo período do ano anterior.
A expectativa é de que os preços internacionais da borracha natural permaneçam próximos dos níveis atuais, contando para isso com um adicional de oferta proveniente da Indonésia e Tailândia, que estariam com excedentes de produção.