A solução passa pela borracha de butadieno estireno (SBR), em detrimento da borracha natural (NR), que surgiu na Alemanha, em 1930, e foi base de estudos e aplicação nos Estados Unidos, no pós guerra.
Os vulcanizados obtidos a partir da borracha de butadieno estireno (SBR) apresentam uma melhor resistência à abrasão do que a borracha natural (NR), assim como uma melhor resistência a altas temperaturas (100 °C) e ao envelhecimento, mas uma menor flexibilidade e elasticidade a baixas temperaturas (até cerca de -50 °C).
No caso das temperaturas elevadas, os vulcanizados de SBR apresentam um endurecimento e não um amolecimento como acontece com os vulcanizados de borracha natural. A permeabilidade ao gás apresentada é elevada, mas menor do que a dos vulcanizados de borracha natural, enquanto que a resistência química é semelhante à da borracha natural, apontam os pesquisadores.
A iniciativa da Continental não é a única, nem a primeira e não será a última.
Aos interessados, a EU-Pérolas apresenta seus primeiros resultados nos dias 24 e 25 de setembro, das 9h00 às 17h00, em Wageningen, na Holanda. O projeto EU-Pérolas deixa bem claro seus objetivos: a da pesquisa pura e simples, que busca uma alternativa a plantas mais resistentes a pragas e doenças; a estratégica, que visa retirar das zonas tropicais o status quo da produção global do insumo; e a econômica, que busca quebrar a força dos produtores baseados em Hevea Brasiliensis, sem contar o fato de que no planejamento estratégico de crescimento do mercado global de veículos e pneus versus a capacidade de oferta de insumos, os números não fecham: vai faltar matéria-prima.
Em tempo
A iniciativa está sendo levada adiante pela filial dos Estados Unidos, a BATO, e passa pela construção de um centro de pesquisas que deve estar totalmente operacional em 2014, com produção prevista de borracha Guaiúle, a partir de 2015.
A companhia já tem meio caminho andado em termos de pesquisa e desenvolvimento, através de estudo sobre Guaiúle, já realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, entre os anos de 1988 e 1991.
A empresa destaca que o sucesso no desenvolvimento comercial do Guaiúle irá diversificar as fontes de borracha natural para a indústria de pneus e reduzir a pesada dependência sobre a borracha extraída da “Hevea Brasiliensis”, que tem uma área limitada de crescimento, restrita a climas tropicais próximas ao Equador.
Além desse fato, o objetivo é sair do circuito fechado dos 11 maiores produtores globais de borracha natural, ancorados na Associação dos Países Produtores de Borracha Natural (ANRPC), e que vem definindo pesados aumentos a borracha natural na série dos últimos anos.