Estimativas elaboradas pelo Banco Central do Brasil, com base em pesquisas realizadas junto ao mercado financeiro, mostram que os setores de Serviços e, principalmente, a Indústria tendem a apresentar maior dinamismo em suas atividades a partir deste segundo trimestre de 2017.
Saem de recuos de 1,69% (Serviços) e 0,89% (Indústria), mensurados no primeiro trimestre do corrente ano para -0,39% (Serviços) e +0,13% (Indústria) neste segundo semestre.
Matematicamente falando, Serviços está avançando 1,30 ponto percentual no período e reduzindo sua performance negativa para apenas 0,39%.
Já a indústria começará a fazer o seu papel de componente de sustentação de um novo ciclo econômico que se abrirá a partir do segundo semestre. A fotografia atual desse setor ajuda a visualizar o fim do ciclo recessivo – que afeta especialmente esses dois segmentos -, uma vez que a Agropecuária revela uma performance chinesa de crescimento e é um ponto totalmente fora da curva quando se fala de Produto Interno Bruto (PIB).
Na verdade, quando se olham as projeções do Banco Central nesse quesito se tem a sensação clara de que a agropecuária nacional representa um outro país, um universo que corre paralelo ao quadro de números tétricos de Serviços e Indústria.
O PIB Agropecuário projeta expansão de 4,90% entre janeiro e março deste ano e mais 4,50% neste segundo trimestre. Ou seja, corre em céu de brigadeiro e espantosos 6,40% de expansão para o ano fechado de 2017.
Na análise trimestral das projeções do Produto Interno Bruto se tem que o fim do ciclo recessivo no Brasil acaba em 31 de março de 2017, com recuo de 1% do PIB total.
No segundo semestre estaremos zerados e a partir do terceiro trimestre abre-se um ciclo positivo de expansão mês a mês e que se estenderá até 2021, no patamar médio de 2,5% ao ano.
Em recente apresentação na Agrishow, em Ribeirão Preto, o economista e vice-chairman do LIDE, Roberto Giannetti da Fonseca, ressaltou o papel do agronegócio no contexto conjuntural brasileiro.
Segundo ele, “o agronegócio é o Brasil que dá certo, que cresce com uma taxa positiva, fantástica, um sucesso absoluto, mostrando sua capacidade de produtividade, inovação e tecnologia, com livre iniciativa, mais liberdade de operação, menos intervenção e mais empreendedorismo”, disse.
“Temos deficiências ainda na logística e na comercialização, mas o agronegócio é aquilo que se deveria mirar para fazer o país dar certo”.
Ao mesmo tempo em que enfatizou o relevante papel do agronegócio, destacou para a necessidade estímulos aos setores de Serviços e Indústria.
Em sua visão o quadro de melhora passa pelas aprovações das reformas previdenciária e trabalhista e medidas urgentes para a redução de desemprego no Brasil, que ainda cresce.
“Precisamos de reforma política e partidária e realizarmos eleições em 2017 para retornar o país à sua normalidade para que ele cresça de forma vigorosa”, disse ele, lembrando da necessidade de uma reforma tributária.
O economista apontou ainda para a necessidade de resolução de questões como as dependências econômicas das altas taxa de juros e a taxa de câmbio. “É preciso estímulo. Só esperar o mercado reagir não resolve”, disse durante sua palestra “Volta do Crescimento do Brasil: oportunidades e desafios”.
Conjuntura
Nesta terça-feira, 09, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), apurado pela FecomercioSP, alcançou o maior patamar desde novembro de 2014, de 102,8 pontos. O ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total) e apresenta alta de 37,4% sobre abril de 2016.