A Kumho Tires, segunda maior produtora de pneus da Coreia do Sul, assombrou os mercados asiáticos nesta terça-feira, 08, ao reportar péssimos números de desempenho financeiro relativos ao segundo trimestre fiscal de 2017.
Segundo a agência Yonhap e o jornal The Korea Herald, a empresa registrou o pior trimestre desde 2015. Entre os números ruins, estão:
- Queda de 26,4% no lucro líquido – de 195 bilhões de wons – sobre o mesmo período do ano passado;
- A receita operacional caiu 34,4% para 204 bilhões de wons;
- As vendas totais cederam 3,5%, para 1,67 trilhão de wons.
O tumultuado processo de venda da empresa para a DoubleStar da China – que vem ganhando novos ingredientes a cada dia – está por trás da súbita queda na demanda de pneus Kumho nos Estados Unidos e Europa, bem como acentuadas perdas de participação na China.
Assim como os sul-coreanos se posicionam contra a aquisição da Kumho por uma empresa chinesa, os chineses também passaram a fazer campanhas locais contra a aquisição de produtos sul-coreanos, dizem as agências do país.
Há algumas semanas o ministério da defesa da Coreia do Sul se pronunciou contrário à venda, porque, em nenhum momento foi contatado a dar seu parecer – e aprovação – uma vez que a Kumho, por ser uma fornecedora de pneus para a Força Aérea da Coreia do Sul, é considerada uma empresa estratégica. Ou seja, qualquer operação que envolva a venda de participação da companhia, principalmente para estrangeiros, precisa do aval do Governo da Coreia do Sul.
A China respondeu a isso se opondo à instalação de sistemas antimísseis norte-americanos na Coreia do Sul – fato que foi interpretado pelos sul-coreanos como uma represália que envolve a negativa de aquisição da Kumho.
Após a divulgação dos números do primeiro trimestre, cerca de 100 trabalhadores da Kumho se reuniram em Gwanghwamun, para um protesto silencioso não apenas contra a venda da empresa, mas principalmente para um concorrente chinês.
Os funcionários alegam que serão prejudicados pelo modelo chinês de produção e os revendedores da marca, pela baixa qualidade dos produtos chineses atrelados aos da Kumho.
O acordo de aquisição está hoje na seguinte situação: Park Sam-koo, presidente do Grupo Kumho Asiana – que detém os direitos da marca – só vende a empresa se a DoubleStar pagar 0,5% das vendas durante os próximos 20 anos. Os chineses aceitam pagar 0,2% e os nove credores da marca resolveram bancar a diferença, os 0,3%. Só falta assinar, mas tudo indica que ainda transcorrerão manifestações (de trabalhadores, sindicatos e governos) de lado a lado.
As informações são da Agência Yonhap e dos jornais The Korea Herald e Korea JoonAng Daily.