A Kumho Tires, segunda maior empresa produtora de pneus da Coreia do Sul e 14º do mundo, fechou o primeiro trimestre de 2017 com a primeira perda em quase dois anos. A perda operacional apresentada pela companhia sul-coreana foi de 28,2 bilhões de wons e seu lucro recuou 43,3 bilhões de wons, o primeiro resultado negativo desde o terceiro trimestre de 2015.
Outros resultados apontam baixa de 4,6% nas vendas, para 669,3 bilhões de wons. Apesar de ter registrado aumento de vendas de 8,3% sobre o mercado interno sul-coreano, a companhia assistiu a uma queda de 10,9% nas exportações. As vendas externas da Kumho representam 65% de suas receitas totais.
Entre os motivos alegados para o baixo desempenho obtido no trimestre está a operação de compra da Doublestar Tire, empresa chinesa que assumiu em março deste ano um acordo para aquisição de participação majoritária no capital da Kumho Tires, no valor de 955 bilhões de wons – junto aos credores liderados pelo Korea Development Bank (KDB).
Funcionários, ex-dono e o próprio governo sul-coreano se mostram frontalmente contrários à operação. Outro foco de resistência vem do antigo proprietário Park Sam-koo, presidente e chairman do Grupo Kumho Asiana.
Park Sam-koo perdeu a Kumho Tires em 2009 por falta de liquidez no pagamento de passivos, momento em que os credores assumiram a empresa. Ocorre que ele tem os direitos da marca Kumho Tire e não aceita vender esses direitos à Doublestar Tire.
Outra questão é que os sul-coreanos não admitem serem comprados por uma empresa menor. A Kumho é a 14ª maior empresa de pneus do mundo, enquanto a chinesa é a 42ª.
Junta-se a isso o processo de sucessão política que toma conta da Coreia do Sul, com ingredientes de corrupção semelhantes ao caso brasileiro. Segundo o conselho de administração da Kumho, tudo isso tem afastado clientes face as perspectivas da empresa.
Com relação à Doublestar Tire, ela tem até cinco meses para decidir se quer continuar com a aquisição da marca Kumho.
Transportepress.com, com agências internacionais