O Korea Development Bank (Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul – KDB), principal e líder do grupo formado por nove credores da Kumho Tires – nomeou nesta quinta-feira, 12, Kim Jong-ho, como novo presidente e CEO da Kumho.
Kim Jong-ho é reconhecido como especialista do mercado de pneus, participou dos programas de reescalonamento de dívidas da companhia e já atuou na Kumho como diretor executivo entre 2009 e 2012.
Segundo as agências de informações sul-coreanas, Kim Jong-ho assume o cargo com o objetivo de colocá-la novamente nos trilhos. Ele vai contar como apoio de outro executivo nomeado pelo KDB, Han Yong-seong, que vem do setor bancário e atuou na reestruturação do Grupo Daewoo.
Para entender
Tudo isso acontece após a infrutífera tentativa de aquisição da Kumho pelo Grupo Chinês Qingdao Doublestar. Em março deste ano os chineses apresentaram a melhor proposta de aquisição aos credores, de US$ 832,2 milhões, mas o acordo não foi fechado devido à relutância do ex-presidente e CEO, e também, maior acionista da Kumho, Park Sam-koo.
Park Sam-koo aceitava vender a empresa, mas pediu um prêmio pelo licenciamento da marca considerado antieconômico pelos chineses. Não apenas isso, os sul-coreanos (trabalhadores, sindicatos, meios políticos, diplomáticos e até mesmo as forças armadas da Coreia do Sul, mostraram fortíssimas resistências à venda da Kumho para chineses.
Muitos boatos surgiram, envolvendo possíveis novos interesses da Bridgestone e Continental na aquisição da empresam mas como está dito aqui, apenas boatos.
Feita a ruptura do negócio com os chineses, os credores assumiram com firmeza a questão e destituíram Park Sam-koo, promovendo agora novo rol de mudanças em seu corpo diretivo.
A KDB e os nove credores da Kumho correm agora para salvar a empresa, cujos dissabores mencionados acima não apenas balançou a credibilidade da marca como gerou volatilidade entre parceiros e clientes globais.
Um reflexo disso está expresso nos números de desempenho alcançados pela Kumho no encerramento do primeiro semestre deste ano: as perdas líquidas da empresa saltaram de 22 bilhões de won no primeiro semestre de 2016, para 108 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Nesse momento não se fala em nova oferta de venda da empresa, mas sim, em salvá-la do colapso financeiro. Os credores estão realizando nova diligência sobre os números da empresa e devem estender seu passivo de curtíssimo prazo, da ordem de US$ 1,1 bilhão, para mais 45 dias. Esse passivo vence no final de outubro.
Transportepress.com, com agências internacionais