Representantes do setor agropecuário, indústrias frigoríficas, comércio varejista e atacadista se reuniram ontem com o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, para definir estratégias de enfrentamento à crise em decorrência da paralisação dos caminhoneiros.
Um dos maiores gargalos é o represamento de carne nos frigoríficos. Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Jovenino Borges, “todos os frigoríficos pararam os abates porque precisam liberar as câmaras frias, que não estão conseguindo escoar a produção”.
Apenas 10% da carne produzida em Mato Grosso é consumida pelo mercado interno, os 90% são exportados para outros estados e ainda para o mercado internacional.
Com os frigoríficos parados, a preocupação se volta para as granjas de suínos e de aves, que sofrem nos alojamentos com o aumento da população.
A presidente do Indea, Daniella Bueno, disse que 850 mil ovos férteis, que virariam pintinhos, já precisaram ser destruídos no estado.
“Temos 85 milhões de aves alojadas em Mato Grosso, sendo que 22 milhões já estão com restrição alimentar porque a ração para essas aves não está chegando ao seu destino. Além das aves, temos ainda um plantel de 2,5 milhões de suínos”, disse.
Uma medida que já foi adotada após a primeira reunião do Comitê de Crise, instalado pelo Governo do Estado, realizada no último domingo, 27, foi a criação de um adesivo para identificação de caminhões com carregamento de ração destinada à alimentação animal e com carga de animais vivos como aves, suínos, bovinos, ovinos e peixes.
O objetivo é evitar a morte desses animais e riscos sanitários. Com os adesivos, as empresas poderão solicitar a escolta dos caminhões junto à Polícia Rodoviária Federal ou Polícia Militar de Mato Grosso.
Combustível
O Comitê de Gestão de Crise destaca que até ontem 12 veículos foram escoltados para transporte de combustível e gás de cozinha – que abastecerão a região Sul, Grande Cuiabá, e a região Norte de Mato Grosso.
Segundo o comitê, as escoltas são realizadas de forma pacífica em 28 pontos de bloqueio onde não foram identificadas lideranças do movimento, mas pessoas agindo por conta própria.
O combustível tem atendido os postos do Estado e a prioridade de abastecimento são os veículos da saúde e da segurança pública.
Da redação da Transportepress com Agência de Governo do MT