“O mercado automotivo começa a se recuperar.” Esse foi o principal recado dado pelo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, durante apresentação do balanço do setor em maio, feito nesta quarta-feira, 06 de junho, em São Paulo.
“Estou mais otimista a partir dos números referentes às vendas de veículos nos dois últimos dias de maio e nos primeiros dias de junho, períodos em que os efeitos de redução do IPI se mostram mais claros”, disse.
Segundo o executivo, a partir da decisão oficial de redução do IPI as empresas se viram obrigadas a montar uma operação de guerra para montar um processo de refaturamento de notas.
“Foi iniciado um processo de refaturamento de notas fiscais sobre 360 mil unidades desde então”, destacou ele ao apontar que no primeiro fim de semana com IPI menor – nos dias 26 e 27 de maio – pesquisas realizadas pela Anfavea apontaram aumento de 70% no fluxo de clientes nos feirões de veículos. Na primeira semana de junho, esse fluxo cresceu 120%.
“De cada 100 propostas de venda de veículos financiados pelos bancos, tínhamos entre 20% e 30% de aceites antes do novo IPI. Hoje esse índice de aprovação se situa entre 50% e 60%. Ou seja, praticamente dobrou o volume de vendas financiadas”, disse.
Segundo Belini, esse fato pode ser explicado pelo destravamento do crédito, principalmente a partir do volume extra relativo a depósitos compulsórios em poder dos bancos, da ordem de R$ 18 bilhões, liberados pelo Banco Central.
“Com isso, os bancos passaram a aumentar os prazos de financiamento com juros embutidos menores. A partir de parcelas mais acessíveis, que cabem no bolso dos consumidores, as vendas cresceram”, disse ele ao apontar para o retorno do consumidor da classe C, com vendas maiores de veículos 1.0, “uma tendência que deve prosseguir até o momento em que a redução de IPI vingar, isso em 31 de agosto”, afirmou.