Em reunião anual com os acionistas realizada na última sexta-feira, 11, a Michelin alinhavou aquilo que ela vê como as grandes oportunidades para os próximos anos. Dentro desse quadro, só deu mercados emergentes: China, Índia e Brasil.
Sobre o Brasil, a apresentação teve direito até a foto do ex-presidente Lula com o boneco promocional da empresa, ressaltando o fato de o país ter patrocinado o ingresso de 40 milhões de pessoas para a classe C.
Sem mencionar percentuais, Ásia, África e Oceania e América do Sul, são, na sequência, os mercados com maiores potenciais de crescimento até 2015.
Entre os destaques, o board da companhia francesa apresentou a fábrica de Resende (RJ), com produção de 5 milhões de pneus para automóveis, bem como a unidade de Chennai, na Índia, local de onde serão produzidos 1,8 milhão de pneus para caminhões, a partir de 2013.
Na China, o destaque ficou para a unidade de Shenyang, uma mega planta produtiva com capacidade para 10 milhões unitárias de pneus de veículos de passeio e 1,8 milhão de pneus para caminhões.
A empresa referendou seu plano de investimentos no montante de 1,9 bilhão de euros (US$ 2,4 bilhões), além da aprovação de pagamento de um dividendo equivalente a 2,10 euros por ação (US$ 2,70 ao câmbio de hoje).
A Michelin também abriu a oportunidade de os acionistas realizarem o reinvestimento de seus dividendos sobre novas ações ao preço 47,09 euros por ação – preço baseado nos 20 dias anteriores a realização da Assembleia. A opção de reinvestimento poderá ser exercida a partir de 18 de maio, encerrando-se no dia 05 de junho. Após essa data, caso o acionista opte por não reinvestir, o dividendo será pago em dinheiro.
Mudança de cadeira
A Michelin também anunciou a saída do presidente Michel Rollier, que se aposentou. Em seu lugar assume Jean-Dominique Senard. O novo presidente da Michelin referendou seu compromisso de continuar no mesmo caminho que seus antecessores e destacou que a empresa tem na inovação um de seus principais atributos como referência em pneus no mundo.
Aumento de capacidade de produção e competitividade e apoio às unidades de negócios farão parte de sua gestão.
Paralisação
Segundo agências internacionais, a Michelin está identificando unidades produtoras de pneus na Europa com baixa produtividade ou ociosidade, em função da crise que toma conta da Zona do Euro neste momento.
Uma dessas unidades é a de Dundee, na Escócia. A fábrica produz 24.800 pneus de veículos de passeio por dia, mas ficará inativa por até três semanas, com início da paralisação – férias temporárias de seus 860 funcionários – previsto para este fim de maio até meados de junho.
A Michelin usará o tempo de inatividade para programas de treinamento e destaca que não ocorrerão demissões, mas os planos de investimentos serão adiados temporariamente para o Reino Unido.