O enredo é o seguinte : como toda empresa de capital aberto com ações negociadas em bolsa de valores, a Nexen reportou à Bolsa de Valores de Seul, na Coreia do Sul, um relatório voltado aos analistas de mercado, mas em meio às discussões e ponderações surgiu a informação – de forma irresponsável ou não – de que a Nexen Tire Corp ‘reabriu’ (atenção para o verbo reabriu) as discussões para um acordo de cooperação – possivel joint venture – com a Michelin.
A Michelin já tem grande experiência no Sudeste da Ásia e, principalmente com a maior empresa coreana do setor, a Hankook, empresa sobre a qual detinha 9,98% de participação no capital – e repassou grande ou maior parte da tecnologia que é aplicada pela Hankook em seus pneus.
Essa participação da Michelin na Hankook foi vendida em 15 de novembro do ano passado e rendeu algo entre US$ 610 milhões e US$ 650 milhões ao caixa da empresa francesa, sendo boa parte desses recursos canalizados para investimentos que a empresa francesa vem e está fazendo ao redor do mundo.
Uma das últimas ações da empresa francesa na Ásia foi a formalização de uma joint venture na China, com a Xangai Huayi Company. Através do braço Michelin naquele país, a Double Coin Holdings Ltd., a empresa ficou com 40% do capital, numa operação que deu vazão à construção de uma nova unidade industrial em Wuwei, na província de Anhui, distante 400 quilômetros de Xangai.
O investimento global é de 390 milhões de euros para uma planta fabril com capacidade instalada de 15 milhões de pneus por ano.
Já pelo lado da Nexen, hoje a terceira maior empresa de pneus da Coreia do Sul – atrás da Hankook e Kumho – porém tão lucrativa como a Hankook e sem o pesado fardo das dívidas da Kumho -, a Nexen está atuando fortemente na China e está querendo se transformar em uma das 10 maiores empresas produtoras de pneus do mundo até 2018.
Especificamente no Brasil, a marca Nexen está sendo comercializada através de uma operações de guerra empreendida pela DPK, o braço do Grupo DPaschoal, desde abril deste ano.
Com relação ao tal acordo entre Nexen e Michelin, nada de oficial, mas como foi citado no início, vale acompanhar uma vez que há sinergia entre as duas empresas, principalmente em negócios na China e o verbo ‘reabrir’ negociações induz ao pensamento de que ambas as empresas já haviam sentado na mesma mesa para possíveis negócios.
E para constar na agenda de atenção vale ficar de olho na assembleia de acionistas da Hankook marcada para o dia 27 de julho ; Na data,os acionistas devem aprovar mudanças importantes no contexto corporativo da sétima maior empresa produtora de pneus do mundo.
O board da Hankook planeja separar sua unidade de negócios de pneus do restante das operações do grupo.
A ideia seria agregar a operação ‘pneus’ sob o chapéu da Hankook Tire Co. Ltd., que nasceria com potencial de vendas da ordem de US$ 3,5 bilhões por ano. Já o braço de investimentos do grupo seria constituído a partir da Hankook Tyre Worldwide Co. Ltd.
Os acionistas decidem por essa divisão em 27 de julho, mas a consolidação do processo se dará somente a partir de 01 de setembro do corrente ano.