Quadro Síntese da balança comercial de pneus – 1º bimestre de 2012 (Valores em milhões de dólares FOB) |
Tipo de Pneu | Exportação | Importação | Saldo |
Caminhão e ônibus | 93.644.755 | 80.307.362 | 13.337.393 |
Outros* | 92.588.785 | 67.658.491 | 24.930.294 |
Veículos de Passeio | 77.779.538 | 93.501.885 | 15.722.347 |
Total | 264.013.078 | 241.467.738 | 22.545.340 |
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. * Outros: inclui pneus de construção, dumpers, recapagens, bicicletas, motos etc
Segundo o levantamento realizado com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), engana-se quem pensa que a grande batalha entre a indústria brasileira e os importadores reside apenas no disputadíssimo mercado de pneus para caminhões, ônibus e veículos de passeio.
Sem dúvida, os maiores filões do mercado brasileiro de pneus se encontram nesses nichos bem específicos, porém, a indústria brasileira é 100% importadora de pneus voltados para Dumpers – veículos projetados para o transporte e movimentação de materiais na construção civil, agricultura, indústria e serviços públicos entre outras especificações.
Enquanto na soma de janeiro e fevereiro o déficit comercial – importações menos exportações de pneus de veículos de passeio foi negativo para o Brasil – de US$15,7 milhões, no segmento de pneus para Dumpers as exportações nacionais foram ZERO. Isso mesmo: o Brasil ou não produz ou não tem linhas específicas para o atendimento desse nicho de mercado, sendo necessária a importação de pneus para Dumpers em larga escala.
E os números não mentem. A base de dados do MDIC mostra que entre janeiro e fevereiro o Brasil importou US$ 14,2 milhões de pneus para Dumpers (no NCM 40119410) e outros US$ 3,4 milhões (no NCM 40116310), totalizando US$ 17,6 milhões em produtos.
Ou seja, se o olhar da indústria está concentrado no segmento de pneus de veículo, para pneus de Dumpers os importadores estão sozinhos e nadando de braçada, sem que a indústria nacional ofereça um produto à altura.
A mesma coisa acontece no segmento de pneus para bicicletas, cujas importações foram de US$ 4,9 milhões no período, ante exportações de apenas US$ 105,5 milhões pelas empresas brasileiras, despontando um déficit comercial de US$ 4,8 milhões.
É evidente que determinados produtos e determinadas medidas podem não ter dentro do portfólio e das linhas de produção das empresas nacionais, que exportam notavelmente pneus voltados para construção, mas na medida 1143 mm (NCM 40116320) é importadora líquida de pneus do exterior.
Aliás, o MDIC define cinco tipos diferentes de NCM para os pneus voltados ao nicho da construção, sendo a soma das exportações desses cinco tipos de pneus de US$ 43 milhões no primeiro bimestre, ante importações de US$ 19,5 milhões, resultado em superávit comercial de US$ 23,5 milhões, ou o maior entre todos os 18 produtos pesquisados.