70,9% dos mais de 500 empresários do setor de transportes ouvidos em pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) não acreditam em aumento do dinamismo da economia brasileira neste ano.
Do universo pesquisado, 29,8% não acreditam que o Produto Interno Bruto cresça acima de 2,3% em 2014, sendo que para 41,1% o PIB deve se manter como no ano passado.
O relatório de 50 páginas – divulgado nesta segunda-feira, 24 -, pode ser resumido em pequena síntese: os empresários do setor estão cansados do cenário de baixo crescimento econômico, da volta da pressão inflacionária, de juros cada dia maiores e baixíssima confiança na gestão econômica do Governo Dilma Rousseff. O reflexo disso é cautela e postergação de investimentos.
Em relação à inflação, 63,2% dos empresários esperam que ela feche 2014 acima do que foi em 2013, na faixa de 6,12%. O indicador é dos mais relevantes ao segmento uma vez que para 49,8% dos entrevistados a inflação tem impacto em sua atividade.
Em relação a impostos e tributos, 53,5% acreditam que o custo com pagamento de impostos vai crescer em 2014. Para 74,6% dos empresários, impostos e tributos têm impacto direto sobre a vida de suas empresas.
Juros? Para 70,7% a expectativa é que eles subam mais até o final do ano. Impacto? Para 60% dos empresários, os juros altos impactam seus negócios.
A pesquisa mostra também que 72,7% dos empresários foram impactados pela mudança nas regras do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Em janeiro deste ano, o BNDES elevou o juro de 4,0% ao ano para 6,0% ao ano nos financiamentos, travou as vendas de caminhões, por exemplo, e esfriou o potencial de negócios de toda a cadeia de transportes.
Câmbio? 45,8% avaliam que a taxa de câmbio vai subir em 2014, ante 39,7% que apontam para estabilidade nos patamares de 2013.
Confiança no governo
Um dos pontos altos da pesquisa mostra que 52,3% dos empresários revelaram baixo grau de confiança na gestão econômica – 4,5 pontos percentuais acima da pesquisa anterior. O crescimento econômico baseado no consumo é o principal ponto crítico, destaca a CNT.
Investimentos e infraestrutura
O ceticismo marca a visão empresarial nesse quesito e apenas 29,8% apostam que o governo vá elevar os volumes de investimentos em infraestrutura – o mais baixo patamar já apurado pelo sondagem da CNT nessas pesquisas.
Insumos
Para 80% dos 516 empresários do setor, os preços dos combustíveis, lubrificantes e pneus vão subir. 85,1% acreditam em preços mais altos do diesel; 84,4% em preços mais altos de lubrificantes e 86,4% em preços mais altos de pneus.
Para 73,4% dos transportadores o caminho a ser adotado em 2014 é manter as instalações físicas e sem novos investimentos, embora 58,4% apontem que vão comprar veículos novos em 2014.
Para ler a íntegra da sondagem feita pela CNT, acesse: Sondagem CNT