A economia continua apresentando crescimento no 1º trimestre de 2018, invertendo a trajetória declinante observada até o 4º trimestre de 2017, porém, com taxa de expansão menor que a observada nos trimestres anteriores, aponta o Monitor do PIB-FGV, divulgado na segunda-feira, 21.
O levantamento aponta para crescimento de 0,9% no 1º trimestre, abaixo dos 2,1% observados no 4º trimestre e do 1,4% registrado entre julho, agosto e setembro de 2017 – embora acima do resultado obtido no 2º trimestre do ano passado, de 0,4%.
A FGV destaca que a agricultura perdeu a força após ter apresentado expansão significativa em 2017, em detrimento da indústria e do setor de prestação de serviços que começam a apresentar índices de recuperação da atividade melhores – mas também em patamar inferior aos trimestres anteriores.
“O consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo estão apontando para uma tendência de desaceleração”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
O destaque positivo do Produto Interno Bruto no 1º trimestre se concentra no crescimento das atividades de transformação (4,6%) e comércio (4,8%).
Em contrapartida, a atividade agropecuária retraiu 5,2% após ter apresentado taxas de crescimento altas durante o ano de 2017.
As atividades industriais de extração mineral e construção continuam apresentando retração (-1,6% e -2,5%, respectivamente) e no setor de serviços, apenas os serviços de informação tiveram queda (-3,3%), aponta o Monitor do PIB-FGV.
O levantamento destaca que o consumo das famílias apresentou crescimento de 1,5% no período, sendo que o único componente que continua com trajetória ascendente é o consumo de produtos duráveis que cresceu 12,4%.
Apesar disso, todos os componentes apresentaram taxas positivas, à exceção do consumo de serviços que ficou negativo (-0,7%) após cinco meses consecutivos de crescimento.
Já a formação bruta de capital fixo (FBCF) cresceu 3,7% no 1º trimestre, na comparação interanual. Mesmo com o alto crescimento do componente de máquinas e equipamentos (15,3%), a FBCF voltou a ter trajetória descendente devido, principalmente, ao componente de construção que retraiu 2,4%.
O Monitor do PIB-FGV também aponta para uma retração de 4,4% nas exportações – em que pesem os bons desempenhos verificados nos segmentos de produtos agropecuários (+10,7%) e serviços (+ 2,5%). Na contramão dessas altas, a exportação de produtos da extrativa mineral apresentou o pior desempenho desde 2008, com recuo de 31,8% nas exportações.
Em relação às importações, a FGV detectou recuo de 0,4% no 1º trimestre.