A Pirelli lançou oficialmente nesta quinta-feira, 21, em São Paulo, o sistema Cyber Fleet no Brasil.
Projeto iniciado a partir de uma parceria com a Schrader Electronics – empresa líder no desenvolvimento de soluções em sistemas de monitoramento de pressão de pneus (TPMS), em 2005, e patenteado pela Pirelli, o Cyber Fleet é inovador e promete fazer a diferença nas frotas e empresas de transporte do Brasil e da América Latina – onde começa a ser vendido dentro de uma semana.
Para quem nunca ouviu falar no assunto, o Cyber Fleet pode ser resumido da seguinte forma: é um sistema de sensoriamento e monitoramento eletrônico que, além de monitorar a pressão, a temperatura e a quilometragem dos pneus, ele também faz a telemetria da posição geográfica do veículo, onde estão os pneus – rodantes no caminhão e suas respectivas posições – e, informa, em tempo real a necessidade ou não de correções, esteja o veículo onde estiver.
Seria mais ou menos o que se assiste nas pistas de Fórmula 1, onde os engenheiros e técnicos das escuderias analisam, volta a volta, as condições do carro e informam ao piloto a necessidade ou não de ajustes. No caso do Cyber Fleet, estamos falando de pneus.
Mas os planos da Pirelli não se resumem a permitir que os gestores de frota brinquem de engenheiros de F1. Pelo contrário, o Cyber Fleet é uma ferramenta que, além de fidelizar o cliente junto a produtos e serviços Pirelli, representa economia, segurança e otimização de custos.
Como funciona
Ao comprar um pneu – da Pirelli ou de outra marca (o sistema funciona para qualquer tipo de pneu de carga) -, o frotista precisa comprar o sensor.
Esse sensor é individual (para cada pneu). Ele é colado dentro do pneu e dentro de seu chip vai um número de identificação – que pode ser o número de fogo (do pneu) ou qualquer outro número ao gosto do freguês (de inventário da empresa).
Ao ser inserido dentro do pneu, o sensor vai medir a vida útil desse pneu, sua pressão, sua temperatura, sua quilometragem – e numa segunda fase de desenvolvimento, a velocidade com que está rodando.
Portanto, uma vez inserido esse sensor dentro do pneu, ele passará a emitir sinais que serão captados por receptores instalados ao longo do caminhão e da carreta. Dos receptores vamos para as antenas de transmissão e das antenas de transmissão para o recebimento dos dados na central de gestão de frota da empresa de transportes, onde um profissional fará o monitoramento, em tempo real, dos pneus e do veículo.
“Para chegar a isso foram realizados 7,0 milhões de quilômetros de testes por empresas de transportes na Alemanha e no Brasil”, disse o diretor de marketing da Pirelli Brasil, Flávio Bertol Júnior, ao ressaltar que o sistema pode elevar o ciclo de vida útil do pneu em 10% e gerar uma economia de combustível entre 5% e 7%. “Em números, seria o equivalente a uma economia de R$ 600 por veículo ao ano.”
No Brasil, especificamente, para a realização dos testes com o sistema foram percorridos 3,9 milhões de quilômetros por 13 veículos com 78 sensores, ao longo do primeiro semestre deste ano.
Todos os pneus tiveram a pressão e a temperatura monitorada de forma constante e se evidenciou que todos os pneus rodantes apresentaram pressão abaixo da recomendada, sendo que 50% estavam com pressão 10% inferior.
“Tal fato representa maior consumo de combustível e menor duração dos pneus”, disse Bertol, ao apontar que o sistema contribui nos seguintes quesitos para o frotista:
1) Segurança no tráfego (por manter os pneus em pressão ideal) e segurança patrimonial (por inibir roubos e trocas indevidas durante percursos e viagens);
2) Economia de combustível;
3) Maior longevidade dos pneus;
4) Menores custos de manutenção.
“A grande lógica implícita no Cyber Fleet é que ele permite uma manutenção preventiva e não mais corretiva (que é feita quando o problema já apareceu). O sistema antecipa a ocorrência de problemas, sinaliza para a correção imediata o que torna a manutenção menos onerosa”, relata.