A segunda principal linha de pneus voltados para exportação e importação do mercado brasileiro, a de carga (que equipa caminhões e ônibus), encerrou 2016 de maneira extremamente favorável à indústria nacional.
Melhor resultado de exportação desde 2014 (US$ 370,9 milhões), menor volume de importação desde 2005 (US$ 114,0 milhões) e maior saldo superavitário desde 2008, de US$ 256,9 milhões.
Argentina (+7,53%), Estados Unidos (+147,91%) e México (+80,24%), foram os grandes destaques e os grandes destinos dos pneus de carga exportados pelo Brasil no ano passado.
Para a Argentina, que é o maior parceiro em pneus do Brasil, foram embarcadas 799.132 unidades de pneus de carga no ano passado (186.374 unidades a mais que em 2016), gerando receitas totais de US$ 143,6 milhões (e preço médio de US$ 179,74 por unidade – em 2015, o preço médio foi de US$ 217,99).
Apesar de a Argentina ter um peso relevante nos negócios de pneus com o Brasil, foram os Estados Unidos que os negócios tiveram mais ênfase: 631.292 unidades exportadas, salto de 172,63% ante 2015 quando haviam sido embarcadas 231.554 pneus de carga; receitas de vendas geradas de US$ 55,2 milhões 147,53% acima das receitas totais de 2015, de US$ 22,3 milhões. O preço médio por unidade em 2016 foi de US$ 87,40 inferior ao preço médio do ano anterior, de US$ 96,11.
A indústria ampliou as exportações unitárias de pneus ao México em 69,53% no ano passado, elevando de 197.506 unidades em 2015 para 334.823 unidades em 2016. As receitas geradas deram salto de 79,8%, passando de US$ 21,3 milhões para US$ 38,3 milhões. O preço médio também subiu: de US$ 107,70 para US$ 114,50.
Se de um lado as exportações para o mercado norte-americano subiram 147,53% no ano passado, as importações de pneus oriundos dos Estados Unidos apresentaram baixa de 90,47%. As do México caíram: 93,18%. Já as importações da Argentina cresceram 159,37%, para US$ 37,7 milhões e preço médio de US$ 196,78 por unidade (191.579 pneus de carga em 2016).
Defesa Comercial
O Brasil aplica sobretaxas por dumping sobre sete mercados: China, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Rússia, Taiwan e África do Sul. Todas as importações oriundas desses mercados não apenas caíram em 2016, comparativamente a 2015, como apresentam a pior performance desde 2011.
Foram US$ 15,2 milhões importados da China, queda de 47,77%. Comparado ao melhor ano de importações de pneus da carga chineses ao Brasil, que foi em 2011, com US$ 66,9 milhões, os negócios em 2016 apresentam queda de 77,28%.
A Coreia do Sul, que em 2011 chegou a vender US$ 101,2 milhões em pneus de carga ao Brasil, fechou 2016 com US$ 13,4 milhões, um montante que representou baixa de 46,61% comparativamente aos US$ 25,1 milhões importados em 2015.
As importações oriundas do Japão caíram 68,41% no ano passado, para US$ 12,6 milhões e as da Tailândia 9,38%, para US$ 2,3 milhões. A Rússia, que em 2013 embarcou US$ 12,3 milhões em pneus ao Brasil, encerrou o ano passado com embarques de US$ 27 mil. Taiwan e África do Sul não vendem um único pneu de carga ao Brasil há dois anos.