Neste exato momento a Shandong Rubber Industry, da China, está operando com 30% acima de sua capacidade voltada à produção de pneus de caminhões e ônibus, informa o presidente da empresa, Zhang Hongmim.
Isso está sendo feito para atender a súbita demanda local e internacional por pneus de carga e segundo o executivo três fatores estão por trás dessa dinâmica de produção:
1.Novas regras que impedem o superdimensionamento de veículos de transporte de cargas e passageiros nas estradas e ruas da China, fator que vem estimulando uma revisão total das linhas de produtos das montadoras locais e elevando a produção de veículos pesados.
2.O aumento de preços da borracha natural e sintética, que levou os produtores locais a formar estoques contra preços especulativos. Os preços dos insumos mais que dobraram na sequência dos últimos seis meses, levando a indústria de pneus local a reajustar para cima os preços de seus produtos – que estão sendo aceitos em função da súbita demanda por caminhões e ônibus.
3.A China venceu a queda de braço contra as leis protecionistas que estavam sendo analisadas pelo governo dos Estados Unidos para a importação de pneus de carga. Sem taxas e tarifas por antidumping, a indústria de pneus de caminhão e ônibus pode ampliar suas vendas para os Estados Unidos.
Zhang Hongmim destaca que todas as operações de exportação para esse tipo de pneu aos Estados Unidos estão sendo retomadas.
Em síntese, o segmento vive um de seus melhores momentos: ampla demanda interna e retomada das exportações para um dos principais mercados consumidores do mundo.
No Brasil
Levantamento da Transportepress.com junto aos dados estatísticos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), releva que as exportações brasileiras de pneus de carga (usados em caminhões e ônibus) também estão em alta, principalmente para os Estados Unidos.
No acumulado de janeiro e fevereiro, as vendas de pneus brasileiros aos norte-americanos deram salto de 6.983 unidades embarcadas no 1º bimestre de 2016 para 122.739 no 1º bimestre de 2017: aumento de 1.657,68%.
Em moeda forte, as receitas saltaram de US$ 1,141 milhão para US$ 10,956 milhões sobre a mesma base de comparação.
O Brasil exportou pneus de carga para 87 países no período, gerando receitas de US$ 61,7 milhões e saldo líquido de US$ 37,3 milhões (já descontadas as importações de US$ 24,4 milhões).
Diferentemente dos fatores que estão impulsionando a indústria de pneus da China neste segmento, no Brasil as produtoras de pneus estão sendo levadas ao mercado externo devido ao baixo desempenho da economia nacional.
Os números da Anfavea mostram que em janeiro deste ano as montadoras de veículos pesados nacionais enfrentaram recuo médio de 33,3% nas vendas e aumento de 7,8% na produção
Licenciamentos em janeiro
Recuo médio de 33,3%, sendo:
- – 30,7% em semileves;
- – 40,7% em leves;
- – 48,4% em médios;
- – 27,6% em pesados;
- – 28,2% em pesados.
Produção em janeiro
Aumento médio de 7,8%, sendo:
- – 43,5% em semileves;
- + 23,8% em leves;
- -71,5% em médios;
- +18,8% em semipesados;
- + 11% em pesados.
Transportepress.com com agências internacionais