A principal linha de produtos da balança comercial setorial de pneus, a de passeio, picapes e SUV’s, encerrou 2016 com o melhor saldo superavitário desde 2010, apontam dados apurados pela Transportepress junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
O saldo da balança comercial do segmento de pneus de passeio foi de US$ 115,6 milhões, um resultado que inverteu seis anos consecutivos de resultados negativos, fruto de exportações de US$ 426,6 milhões para 119 países e importações de US$ 310,9 milhões, oriundas de 46 países com os quais o Brasil tem relações comerciais em pneus.
As exportações encerraram 2016 em expansão de 12,7%, no melhor desempenho observado desde 2014 (US$ 452,6 milhões), enquanto as importações se retraíram 18,4%, no pior desempenho desde 2009, quando registraram US$ 296,8 milhões em negócios.
Comparativamente a 2013 (US$ 626,1 milhões), melhor ano das importações desse gênero de pneus, os negócios cederam 50,34%, ou seja, em 2016 importou-se a metade de pneus de passeio que em 2013.
Os Estados Unidos foram o principal destino dos pneus de passeio exportados pelo Brasil. As vendas avançaram 24,9% para US$ 173,3 milhões, seguidas pelas vendas para a Argentina, em alta de 23,7% para US$ 101,7 milhões. O mercado chileno recebeu 36,7% mais pneus brasileiros no ano passado, a Itália 19,3% e até para a China houve avanço: 271,1% mais pneus brasileiros entraram no mercado chinês em 2016.
Destaques da exportação
Três mercados receberam mais de 1,0 milhão de unidades de pneus de passeio brasileiros no ano passado: Estados Unidos, Argentina e México, mas o grande mercado mesmo foram os Estados Unidos, cujo volume unitário de pneus cresceu quase 1,0 milhão de unidades – exatos: 917.145 unidades a mais que em 2015. No total, foram embarcados para o mercado norte-americano 3.346.293 pneus de passeio, picapes e SUV’s no ano passado, ao preço médio de US$ 51,78, ante US$ 57,12 em 2015.
Para as Argentina foram 1,9 milhão de pneus, ou 355 mil unidades a mais que em 2015, ao preço médio de US$ 53,52 em 2016, pouco superior ao preço médio apurado em 2015, de US$ 53,19.
O México recebeu 54 mil pneus a mais em 2016, para um total de 1.117.671 unidades, mas o preço médio caiu de US$ 48,11 para US$ 45,13.
Pelo lado das importações, a Argentina ampliou vendas em 8,97%, a Alemanha em 15,8% e a África do Sul, em 62,4%. Taiwan, mercado em que a defesa comercial brasileira aplica sobretaxas por dumping na importação de pneus de passeio, as compras elevaram-se 155,6%, mas o volume importado, de US$ 1,973 milhão representa apenas 0,61% de todas as aquisições de pneus no ano, ou seja, irrisório.
Defesa Comercial
China, Coreia do Sul, Tailândia, Taiwan e Ucrânia são os países cuja defesa comercial brasileira aplica sobretaxas pela prática de dumping. Com exceção de Taiwan, todos as aquisições de pneus de passeio, picapes e SUV’s, oriundas desses mercados apresentaram não apenas recuos na comparação com o ano anterior, mas o pior desempenho desde 2011.
Pode-se dizer que nunca se importou tão pouco pneu de passeio oriundo da China como em 2016. Foram US$ 124,7 milhões, refletindo recuo de 12,24% sobre o mesmo período do ano passado (US$ 142,1 milhões).
Da Coreia do Sul houve recuo de 13,13% nas importações, que somaram US$ 14,5 milhões – ou 80,5% menos que o pico de aquisições de pneus de passeio ocorrido em 2012, de US$ 74,1 milhões.
Pneus de passeio oriundos da Tailândia caíram em 2016 para menos de 10% das importações realizadas em 2013. Foram US$ 3,7 milhões no ano passado, 71,3% a menos que em 2015 e 90,6% a menos que em 2013, o pico de importações de pneus oriundos desse mercado.
As importações oriundas da Ucrânia estão zeradas a dois anos. Não se importam mais pneus de passeio, picapes e SUV’s da Ucrânia.