O retrato dos balanços divulgados pelas companhias produtoras de pneus deixa antever três características bem claras entre elas. A primeira é o avanço substancial das vendas de pneus como equipamento original, seguido pelo brutal desempenho de vendas de pneus de altíssima performance, além de produtos e serviços direcionados para atendimento aos setores de agronegócio, construção e mineração.
Esses três perfis ou segmentos de produtos passaram por cima da crise em 2012, como se não houvesse absolutamente nenhum problema, diferentemente do segmento de pneus para caminhões, ônibus e todo o segmento de reposição, cuja dinâmica de negócios deixou bem latente o tamanho da crise e os efeitos consequentes do baixo empenho das economias maduras da Europa sob o resto do mundo.
O segmento de equipamentos originais teve na recuperação da indústria automotiva japonesa – em franca expansão pós-tsunami – seu grande alicerce, com respaldo positivo da indústria automotiva norte-americana. Aqui no Brasil, a festa do IPI patrocinou uma explosão sobre o chão de fábrica das indústrias do setor.
Para quem gosta, deseja ou quer atuar no segmento de pneus UHP (Ultra High Performance) vale a pena tirar um tempinho e se ater a leitura dos relatórios de mercado das empresas coreanas, especialmente a Hankook e Nexen, e, o da Pirelli. Essas empresas, de forma muito mais aparente que a média, estão depositando todas as suas fichas nesse segmento de mercado – e de olho nos mercados emergentes.
Das vendas totais da Nexen, de US$ 1,568 bilhão, a soma de US$ 130,1 milhões veio da comercialização de pneus UHP. Uma participação de 8,3% no total. Ocorre de que 2011 para 2012 a terceira maior empresa sul-coreana de pneus ampliou essas vendas em 15,5%. Mesma estando a Europa em crise, o Velho Continente ampliou as compras desses pneus em 21% e os Estados Unidos em 29%. Apenas como registro, a Nexen vendeu 31,5% mais pneus originais como equipamento OE em 2012.
Pneus UHP e OE foram as grandes forças da Hankook em 2012. Só na China, contrato firmado com a Audi permitiu a maior empresa sul-coreana de pneus uma expansão de 156% nas vendas locais, em que pese o fato de a companhia ter ampliada sua oferta de pneus OE para a Série 1 e 3, da BMW, Lincoln MKZ, além de modelos da Volkswagen e Chrysler.
Já em relação à Pirelli, das vendas totais de US$ 7,9 bilhões em 2012, 34,2% vieram dos produtos Premium (US$ 2,7 bilhões). O Nafta elevou suas compras em 35%, a Europa, em 4%, e os mercados emergentes alavancaram as vendas da empresa italiana em 69% nesse segmento.