A indústria brasileira de pneus encerrou os primeiros quatro meses do ano com a produção de 22,3 milhões de pneus, montante 4% superior aos 21,44 milhões de pneus produzidos em igual período do ano passado.
As vendas apresentaram elevação de 6%, dando salto de 22,4 milhões de unidades para 23,95 milhões de pneus.
As informações fazem parte de balanço divulgado nesta quarta-feira, 22, pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Segundo a entidade, do total produzido 10,782 milhões de unidades foram de pneus para veículos de passeio, com participação de 48,3% do total.
Os outros 51,7%, correspondentes a 11,519 milhões de pneus se destinaram às demais utilizações: duas rodas, carga (caminhões e ônibus), agrícola, industriais, de avião e outros, aponta a ANIP.
Em relação ao mercado de reposição houve crescimento de 15,2% ante o primeiro quadrimestre de 2012, passando de 10.599.073 para 12.208.483 toneladas.
Em que pese o bom desempenho no período, o presidente da ANIP, Alberto Mayer, destaca que o crescimento do setor de pneus ficou abaixo da expansão registrada pelo setor automotivo em igual período, cuja alta foi de 17%, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo Alberto Mayer a diferença entre os números de desempenho da indústria de pneus e da indústria automotivo se deve à competição desigual gerada pelo crescimento das importações de pneus.
Ele explica, em nota ao mercado, que boa parte dos importados entra no País de forma irregular ou é de baixa qualidade e, se submetida à verificação não receberia aprovação do Inmetro.
“Além disso, esses produtos importados, especialmente da Ásia, que já não enfrentam o Custo Brasil, deixam de cumprir as exigências ambientais de recolhimento para destinação correta dos inservíveis, que para a indústria brasileira representa um ônus anual da ordem de R$ 80 milhões”, acrescenta Alberto Mayer, em nota.
Impacto das importações
Segundo os dados da ANIP, as importações de pneus (exceto duas rodas) aumentaram 25,5% na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2012 e 2013, passando de 7,76 milhões de unidades para 9,73 milhões de unidades.
A principal origem desses importados é a Ásia, com as compras do maior fornecedor, a China, passando de 4,42 milhões de unidades (exceto pneus para veículos de duas rodas) para 5,16 milhões de unidades, uma expansão de 16,5% nos primeiros quatro meses de 2013 sobre o mesmo período do ano passado.
Enquanto as importações avançaram 25,5%, as exportações caíram 10,6%, passando de 4,78 para 4,27 milhões de unidades.
“Estamos reduzindo as exportações e aumentando as importações, exatamente o contrário do que o País precisa para evitar a continuidade do processo de desindustrialização. A indústria brasileira de pneus detém tecnologia de última geração, fabrica produtos adequados às condições brasileiras e vinha contribuindo com saldo positivo para a balança comercial, mas nestes dois últimos anos a situação se inverteu devido ao aumento de custos no Brasil e à competição desigual com os importados”, afirma Mayer.
Apesar das dificuldades mencionadas, a indústria encerrou o primeiro quadrimestre com número positivo de 1,75% na geração de empregos, abrindo 744 novos empregos, o que amplia o número de trabalhadores para 26.878 colaboradores.
Reciclagem
A Reciclanip, braço de sustentabilidade e meio ambiente da ANIP, realizou no primeiro trimestre do ano a coleta de 90 mil toneladas de pneus inservíveis, 1,5% a mais que no primeiro trimestre do ano passado.
1 comentário
E quem paga as contas sempre é o produtores!!!!!