O preço da borracha natural encerrou a segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017, com recuo de 1,26% ao preço de US$ 215,55 (US$ cents/kg), aponta a Malaysian Rubber Board. No mês, o insumo apresenta baixa de 9,18%, mas em 12 meses já subiu 104%.
Na última semana, a Associação dos Países Produtores de Borracha Natural (ANRPC), que reúne os 11 maiores produtores globais, emitiu um comunicado ao mercado destacando os principais motivos para os fortes aumentos apresentados pela commodity.
Segundo a ANRPC, que responde por 92% da produção mundial de borracha natural, um dos principais problemas hoje está na Tailândia, país que responde por 37% da oferta global de borracha natural e 70% de sua produção se origina no sul do país, exatamente a mais afetada pelas piores inundações já registradas em três décadas.
As perdas estimadas chegam a 360 mil toneladas, reduzindo a oferta do país no mercado externo de 4.741 milhões de toneladas para 4.381 milhões de toneladas.
“Com base no cenário econômico mundial antecipado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a oferta global de borracha natural ficará aquém da demanda em 350.000 toneladas em 2017. O déficit esperado na oferta provavelmente será mais severo até maio de 2017, devido a fatores sazonais que afetam a oferta”, diz o comunicado.
A ANRPC também menciona o desempenho dos preços do petróleo e ressalta que o corte de 1,2 milhão de barris diários decidido pela OPEP e válido por seis meses, a partir de 01 de janeiro de 2017 -, já fez o preço do petróleo Brent subir 24% entre o final de setembro e o final de dezembro. No mesmo período, o preço da borracha natural em Kuala Lumpur subiu 43%.
Ou seja, os dois principais insumos usados pela indústria de pneus estão sob forte pressão de preços, o da borracha sintética, feito a partir do petróleo, e o da borracha natural, a partir da hevea brasilienses.
Tais fatos têm levado a uma sucessão de ajustes de preços de pneus por parte de indústrias de pneus ao redor do mundo, principalmente na Ásia e na América do Norte.