Da produção total de 2.236.890 autoveículos contabilizada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre janeiro e outubro deste ano, 96,2% foram de veículos leves – de 2.151.922 unidades o que reflete expansão expressiva de 28,6% sobre igual período do ano passado.
Fazendo-se uma correlação entre a produção e a venda desses veículos, se tem que das 2.151.922 unidades produzidas, 1.577.658 foram vendidas no mercado interno, o que equivale a 73,31% do total e alta de 13,5% sobre as vendas celebradas em igual período do ano passado.
Produção menos vendas sobram 574.264 unidades – entre veículos leves e comerciais leves – que foram 100% comercializados através das exportações.
Aliás, os números da Carta da Anfavea mostram que as exportações foram maiores que o saldo entre produção e vendas, uma vez que as vendas ao exterior (de veículos e comerciais leves) somaram 596.311 unidades.
Ou seja, o que se exportou (596.311 unidades) deduzido do que sobrou – entre produção e vendas = 574.264 unidades – há um déficit de 22.047 unidades, o que pode representar estoques baixíssimos e propensão a terceiros turnos até a virada do ano – o que seria uma ótima notícia em termos de geração de emprego e renda.
A exportação é um dos pilares que a indústria automotiva potencializou – e na verdade todos os segmentos da economia buscam potencializar – em momentos de baixo nível de atividade interna.
O que as tesourarias ou diretorias financeiras das montadoras questionam no momento é se vale a pena manter o esforço exportador em uma conjuntura cuja tendência de aquecimento da economia interna começa a se fortalecer.
Em exportações, o conjunto das montadoras nacionais já gerou em moeda forte a soma de US$ 13,2 bilhões em vendas até outubro, um número 51,6% superior ao registrado no ano passado.
Esse desempenho é digno de louvor e de excelência do setor, porém, a magnitude de expansão mostra que a base exportadora anterior era baixa, o que corrobora o fato de que só há esforço exportador quando há crise de demanda na economia interna.
Vale a pena aos executivos financeiros da indústria automotiva um olhar sobre esse aspecto. O ciclo virtuoso que se fundamenta internamente não deveria apagar a chama do esforço exportador. Na política do ganha-ganha, dá para lucrar nas duas pontas: aqui e lá fora.
Confira abaixo a compilação dos principais dados do segmento de automóveis e comerciais leves divulgados pela Anfavea nesta quarta-feira, 08:
Produção e vendas – Janeiro a outubro de 2017 x Janeiro a outubro de 2016 | ||||
Veículos leves |
Produção acumulada em 2017 | Variação (%) sobre 2016 | Vendas acumuladas em 2017 |
Variação sobre 2016 |
Automóveis |
1.879.793 |
31,4 | 1.380.528 |
15,1 |
Comerciais Leves |
272.129 |
12,3 | 197.130 |
3,4 |
Total |
2.151.922 |
28,6 | 1.577.658 |
13,5 |
Fonte: Anfavea
Produção e vendas – Outubro 2017 x Outubro 2016 | ||||
Veículos leves |
Produção em outubro de 2017 | Variação (%) sobre 2016 | Vendas em outubro de 2017 |
Variação (%) sobre outubro de 2016 |
Automóveis |
208.903 |
39,2 | 153.343 |
29,2 |
Comerciais Leves |
31.260 |
61,7 | 22.799 |
29,2 |
Total |
240.163 | 41,8 | 176.142 |
29,2 |
Fonte: Anfavea
Exportação de veículos leves – em mil unidades |
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Veículos leves |
Exportação em 2017 | Variação (%) sobre 2016 | Exportação em Outubro 2017
|
Variação (%) sobre Outubro 2016 |
Automóveis |
505.233 |
61,6 | 47.404 |
68,4 |
Comerciais Leves |
91.078 |
44,7 | 10.871 |
78,8 |
Total |
596.311 |
58,7 | 58.275 |
70,3 |
Fonte: Anfavea
Exportação geral do setor – em US$ milhões |
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Veículos leves |
Exportação em 2017
|
Variação (%) sobre 2016 | Exportação em Outubro 2017 |
Variação (%) sobre Outubro 2016 |
Autoveículos |
10.686.408 |
49,8 | 1.130.493 |
39,8 |
Máquinas agrícolas |
2.433.038 |
60,0 | 329.937 |
125,4 |
Total |
13.119.445 |
51,6 | 1.460.430 |
52,9 |
Fonte: Anfavea