A indústria brasileira de pneus encerrou o primeiro semestre de 2017 com recuo de 0,8% nas vendas, comparativamente a igual período do ano passado, aponta balanço das operações divulgado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP).
Apesar do recuo das vendas, a produção foi positiva em 2,6%. Segundo a entidade, foram produzidos 34.467.058 de pneus no período, ante 33.603.113 no primeiro semestre de 2016.
Entre os destaques de produção, estão os pneus agrícolas – favorecidos pela safra agrícola recorde, cuja produção registrou expansão de 33,2%, seguido de camionetas (11,7%) e fora de estrada (11,4%). Já a produção para veículos de passeio apresentou queda de 0,2%.
A ANIP ressalta que o resultado negativo das vendas no período – para montadoras, reposição e exportação – foi influenciado pelas quedas de 2,1% na comercialização de pneus para veículos de passeio, 1,9% de carga (ônibus e caminhões) e 0,5% nos veículos de duas rodas.
Nas vendas diretas para as montadoras – equipamentos originais destinados diretamente para as linhas de montagem das montadoras de veículos – foram 6.680.650 de unidades, alta de 9,1% sobre as 6.125.758 de unidades vendidas nesse segmento entre janeiro e junho do ano passado. Os dados negativos ficaram por conta dos pneus de moto (-9,7%) e de carga (-4,6%).
Vale destacar que esse ritmo de crescimento junto ao segmento de equipamentos originais está alinhado ao desempenho apontado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo a Carta da Anfavea, relativa ao mesmo período do balanço semestral da ANIP, a produção de autoveículos registrou expansão de 23,3%, para 1.263.200 unidades, com as vendas apresentando alta de 3,7%, para 1.019.400 veículos. As exportações no período apresentaram alta de 53% para US$ 7,41 bilhões.
Especificamente nos segmentos de maiores vendas de pneus (agrícola, camionetas e fora de estrada), os dados da Anfavea e ANIP são convergentes:
A produção de máquinas agrícolas e rodoviárias (que incluem OTR), avançaram 41,4% no primeiro semestre – ante o mesmo período de 2016 – para 28.967 unidades, com vendas em alta de 21,8%, para 21.327 unidades – entre tratores, colheitadeiras, colhedoras, cultivadores e retroescavadeiras. As exportações desse segmento cresceram 28,5%, para 5.740 unidades, nos primeiros seis meses.
Já em relação as camionetas, os dados da Anfavea mostram evolução de 13,2%, para 159.932 unidades de comerciais leves, sendo vendas em alta de 2,8% para 145.316 veículos. As exportações de comerciais leves registraram expansão de 57,2% no período, para 53.502 unidades.
Também há convergência em relação ao desempenho da produção e vendas de caminhões e ônibus. Segundo a Anfavea, esse segmento encerrou o primeiro semestre com baixa de 16,1% em vendas de caminhões (21.457 unidades) e 13,8% em Ônibus (4.817 unidades).
A produção de caminhões cresceu 15,3% para 36.021 unidades, ante 7,9% de ônibus (9.973 unidades), com as exportações ‘salvando’ o segmento no período: 45,4% de expansão nas exportações de caminhões (13.631 unidades exportadas) e 6,8% em ônibus (4.104 unidades embarcadas).
Exportação de pneus
Apesar dos bons números de exportação de autoveículos, a ANIP apresenta dados negativos nas exportações de pneus em igual período: de janeiro a junho o país exportou 14,6% menos pneus, comparativamente ao mesmo período do ano passado. Foram 6.097.780 unidades contra 7.143.880 unidades.
“Das sete categorias, apenas as vendas de pneus agrícolas (21,9%) e de camioneta (3,1%) apresentaram resultados positivos. Pneus para veículos fora de estrada (-71,8%), industriais (-43,4%), moto e carga (-22,4%), bem como para veículos de passeio (-18,2%) puxaram o índice para baixo”, destaca o informe da instituição.
Mercado de reposição
Em relação ao segmento de varejo, conhecido como mercado de reposição, o setor de pneus ampliou a comercialização em 1%, em relação ao mesmo período de 2016.
Segundo a ANIP, o resultado positivo foi puxado, principalmente, pelo aumento de 12,6% nas vendas de pneus de moto.
Já os destaques negativos ficaram por conta dos pneus para veículos industriais e de passeio, que viram seus volumes de vendas caírem 6,4% e 2,6%, respectivamente.