A Reciclanip, braço de sustentabilidade da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), realizou a coleta e correta destinação ambiental de 183 mil toneladas de pneus inservíveis no primeiro semestre de 2013 – quantia equivalente a 36,6 milhões de unidades de pneus de carros de passeio.
A informação consta de balanço das operações divulgado nesta segunda-feira, 26, e segundo a entidade, desde 1999 já foram processadas 2,46 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 492 milhões de pneus de passeio. Entre 1999 e junho deste ano os fabricantes de pneus já investiram US$ 212,30 milhões no programa, que deve contar com mais R$ 80 milhões neste exercício fiscal, aponta em nota o presidente da Anip, Alberto Mayer.
“A previsão de investimento para 2013 é de R$ 80 milhões, valor superior ao investido no ano passado. Esses recursos são utilizados para os gastos logísticos, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também para todos os investimentos de destinações”, destaca o executivo ao apontar a existência de número superior a 800 pontos de coleta em todo o País e uma média de 60 caminhões transitando diariamente por cerca de 3.500 rotas para a realização dessa atividade.
“Toda essa complexa operação logística é comandada pela Reciclanip, que tem experiência acumulada desde 1999, quando começou a coleta pelos fabricantes”, explica.
A Reciclanip adota no Brasil o modelo de gestão empreendido por empresas europeias de reciclagem, mas difere no quesito remuneração. Em outros países, as empresas são pagas pelos vários agentes da cadeia produtiva para cobrir as despesas operacionais e garantir a destinação de pneus inservíveis.
Os consumidores europeus, quando compram novos pneus para seus veículos, por exemplo, são obrigados a pagar uma taxa para a reciclagem dos pneus velhos. Aqui no Brasil, os fabricantes de pneus novos, representados pela Anip, arcam com todos os custos de coleta e destinação dos pneus inservíveis, como transporte, trituração e destinação.
Alberto Mayer destaca uma questão das mais relevantes nesse trabalho: a necessidade de conscientização do consumidor em relação ao pneu considerado inservível.
“É muito importante que o consumidor tenha a consciência de não levar pneus velhos para casa. Sempre que ele comprar um pneu novo, ele deve deixar seu pneu inservível na loja, que tomará as providências necessárias para que o pneu chegue até nosso ponto de coleta.
Os pneus inservíveis descartados de forma errada contribuem para entupimentos de redes de águas pluviais e enchentes, poluição de rios e ocupam um enorme volume nos aterros sanitários e podem ainda ser foco para o mosquito da dengue. Se queimados de forma errada, geram poluição atmosférica”, diz Mayer.
Logística reversa
Os 808 pontos de coleta da Reciclanip estão distribuídos em todos os estados e Distrito Federal e foram criados em parceria, em princípio com prefeituras de municípios com mais de 100 mil habitantes ou um consórcio de municípios que possibilite atingir esse número mínimo.
As prefeituras cedem os terrenos dentro das normas específicas de segurança e higiene para receber os pneus inservíveis vindos de origens diversas e o responsável pelo Ponto de Coleta comunica à Reciclanip sobre a necessidade de retirada do material quando atinge a quantidade de 2.000 pneus de passeio ou 300 pneus de caminhões. A partir daí, a Reciclanip programa a retirada do material com os transportadores conveniados.
Destinação
No Brasil, uma parte dos pneus inservíveis é reaproveitada de diversas formas, depois de ser moída e separada dos demais componentes do pneu, especialmente do aço, que também é reutilizado.
Entre os produtos que reutilizam a borracha estão solados de sapato, materiais de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais e tapetes para automóveis.
A borracha moída e separada também é misturada ao asfalto para uso em pavimentação, gerando o asfalto borracha, que apresenta importantes vantagens. A maioria é, no entanto, queimada como combustível alternativo nas indústrias de cimento.
Todas estas destinações são aprovadas pelo IBAMA como destinações ambientalmente adequadas. Para que seja ambientalmente correta, a queima do pneu nos fornos das cimenteiras é cercada de todos os cuidados ambientais necessários, com o uso de sistemas especiais de filtração e retenção.