Balanço divulgado nesta segunda-feira, 21, pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF), se insere no contexto de recuperação do setor industrial – e restabelecimento, ainda incipiente, do poder de compra do consumidor – dentro da composição do Produto Interno Bruto (PIB), destacado pela Transportepress.com.
Diante do processo de recuperação de vendas de veículos, a ANEF – que reúne 15 bancos de montadoras de veículos – revisou, para cima, o volume de recursos a serem liberados na forma de financiamentos – em CDC e arrendamento mercantil – aos consumidores – jurídicos e pessoas físicas – neste ano.
Em nota ao mercado, o presidente da ANEF, Luiz Montenegro, destaca para liberações totais de R$ 90,6 bilhões em 2017, montante 10,2% superior ao registrado em 2016, de R$ 82,2 bilhões.
“A estimativa anterior era de que o volume de negócios seria da ordem de R$ 86,7 bilhões, crescimento de 5,5% em relação a 2016”, destaca o executivo.
Ao contrário da liberação de recursos, a ANEF não reviu sua projeção para o saldo de financiamento. Por enquanto, esse indicador foi mantido, com expectativa de crescimento de 2,5% em 2017, passando de R$ 162,7 bilhões para R$ 166,7 bilhões, destaca o informe.
Entre as principais razões para a revisão dos dados, Luiz Montenegro ressalta uma tendência de maior confiança do consumidor em realizar investimentos de maior valor agregado.
“Nossa expectativa é a de que teremos um segundo semestre melhor na comparação com o primeiro. Os números, no entanto, ainda serão tímidos em relação aos anos anteriores. A retomada será lenta, pois as pessoas ainda mantêm cautela antes de fechar um negócio”, diz.
Vale destacar também que os índices de inadimplência medidos pela associação se mostram cadentes, seja em pessoas físicas quanto jurídicas. No CDC para pessoas físicas, o índice fechou junho em 4,4% ou 0,1 ponto percentual ante maio deste ano e de 0,2 ponto menor comparativamente há 12 meses.
No CDC pessoa jurídica, a inadimplência é de 3,3% – 0,2 ponto percentual menor em relação a maio, e 1,0 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2016.
No Leasing, as taxas de inadimplência em pessoas físicas encerraram junho em 3,8%, representando baixa de 0,4 ponto ante maio e de 1,8 ponto em 12 meses. Em pessoas jurídicas, a taxa é de 3,9% em junho, sendo 0,3 ponto percentual menor ante maio e em 12 meses.
Compras à vista ou financiadas?
Os dados elaborados pela ANEF apontam que o consumidor está com os pés no chão em relação às compras que realiza. De janeiro a junho deste ano a entidade registrou recorde de compras à vista: 46% das compras de veículos foram feitas à vista. As compras a prazo participaram com 47% do total, sendo 5% na forma de consórcios e 2% na forma de leasing (ou arrendamento mercantil).
Juros menores
Uma das grandes vantagens na realização de compras de veículos a prazo com bancos de montadoras é a taxa de juros mais atraente e prazos maiores de amortização.
Em junho, as entidades associadas à ANEF cobraram juros de 20,98% ao ano e 1,6% ao mês, enquanto os independentes trabalharam com índices 24% e 1,81%, respectivamente.
O prazo médio das concessões é de 41,9 meses. Já o prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.
Destaques
- Em junho, os bancos associados à ANEF liberaram R$ 7,9 bilhões em recursos destinados ao financiamento de veículos, sendo R$ 7 bilhões para pessoas físicas e R$ 983 milhões para pessoas jurídicas.
- O saldo total das carteiras encerrou junho em R$ 161,6 bilhões, alta de 0,2% ante maio deste ano.
- O saldo de crédito para aquisição de veículos para pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,5% do PIB. No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 2,8%.
- Veículos pesados – Os financiamentos realizados através do Finame dominam as operações, aponta a ANEF, correspondente a 60% do total. O CDC fica com 18%, compras à vista 12%, consórcio 6% e Leasing 2%.
Empresas que fazem parte da ANEF